Saturday, June 09, 2007

A dor... A doooooor... Oh, que vidinha!
No mais, vou ser muito muito rápido... Eu espero.

Capítulo XL: Bombanando Latinamente (Que É Um Capítulo Muito Pequeno Para Ser XL, Com Agradecimentos Especiais Ao "Lorde Voldemort" Pela Piada)


Eu já expliquei que festas intercâmbiais sempre se dão nos confins mais escuros e escondidos da Dinamarca, sim? Pois bem, é fácil de entender então até mesmo a menor confusão de trem enche qualquer pessoa de medo de perder uma boa festa e, como se não bastasse, gastar uma caralhada de dinheiro apenas para dar uma inútil volta de trem pela bela panquequinha que é este país. Pois é, isso aconteceu comigo de novo nesse dia. Mas tranquilo, de algum jeito, chegamos lá!

Esse fim do mundo era um dos fins de mundo mais bacanas que rolavam. O fato de uma pessoa ter que pegar dois trens e um ônibus para chegar até lá tornava todo o percurso uma alegria de preocupacão de se perder, também significava que tratava-se de um lugar totalmente isolado com uma natureza belissima nos cercando. E mesmo sendo de noite, o fato de que hoje em dia o sol só se põe às 22 horas fez com que o clima estivesse perfeito para uma churrascada! Pois, assim como eu, vários dos convidados decidiram trazer uma penca de carne, salsichas e pão pra jotalizar pra galera, o que garantiu que estávamos logo mais curtindo um jantarzão de primeiro nível com comida o suficiente para alimentar um exército de bestas maléficas infernais que cospem fogo por um ou mais de seus oríficios. Ou no caso, um batalhão de intercâmbistas latinos sul-americanos, uma meia dúzia de dinamarqueses, dois italianos e um cara da espanha.

Okei, bacana, depois de jantar, como já tinhamos bastante "regatton" e outras músicas quentes latinas tocando, prontas para arrancar os impulsos mais instintivos de "latin lover" de todos os presentes, só faltava comecar a bombacão geral! E ora, isso é fácil, é apenas uma questão de beber pra caralho, certo? Bem, sim, normalmente. Mas por algum motivo, apesar de excessos de álcool abusivos, ninguém estava absurdamente "emborrachado" mesmo depois que nós limpamos toda a absurdez de álcool que tinhamos conosco. Mas e daí? Afinal, com todo mundo já meio caminho andado para a embriaguez, e sem mais nada para beber, não tinhamos mais nada para fazer além de bombacionar total whoo-whoo!

Fizemos isso então. Muita dancacão, muita azaracão, muita pegacão, muita conversacão com pessoas que não viamos a tempos, muita risada excessiva, muita diversão pra valer, até incluindo partes no maior estilo "luau", com a galera curtindo numa "náice" do lado de uma "fogueirinha" "esperta". Neste ponto, também, se fez juz ao nome do blog, se é que vocês me entendem. Detalhes ficam guardados para depois, já que é bom manter um certo nível de discricão no blog, e eu preciso ser rápido, e ficar explicando esses esquemas demora um tempo. Especialmente quando se trata de mim. Mas digamos que o placar está Itália 1 - 1 Dinamarca, beleza?

No dia seguinte, galera cansadona de festanejar tanto, voltando para casa estrupiados de cansaco e sono, pegando ônibus e trem e deus sabe mais o que. Eu em específico, voltando junto com o bom e velho bróder Dani(el), o espanhol, conversando muito em espanhol, que atraiu a atencão de um desses adoráveis bêbados aleatórios, que comecou a tentar falar espanhol com a gente, apesar de mal conseguir falar direito o próprio dinamarquês, ou se manter de pé num trem em movimento. Claro que se tratava de um comédia total, com uma grande estória de vida para contar a todos que tivessem o interesse de ouvi-la. Afinal, estamos falando de um alemão que abriu dois bares na espanha e lá morou por alguns anos, até que um dia ele conhece o amor de sua vida que, sem dúvida, vêm da Dinamarca, e é neste ponto que ele se manda para estas terras daqui. Contudo, o amor da vida dele se manda (não sei exatamente o que significa isso, mas ok), o que inevitavelmente leva ele a andar bêbado por aí com seus companheiros de bebida, e entrar em trens aleatórios para tentar conversar com pessoas em espanhol.

Alegria!

Capítulo XLI: Danmarkstur, Uma Viagem Bacana Pela Dinamarca Com A Galera Intercâmba.

Dois dias depois de nosso episódio latino bombante, estou eu e a tal "brasileira-que-mora-perto-de-mim" nos mandando para Svendborg para ir numa incredibulosa viagem pela Dinamarca para ter muita muita curticão. E beleza, já chegando em Svendborg, comprimentamos o pessoal intercambista com muito carinho para matar a saudade, pois agora estamos já todos muito muito dramáticos com a proximidade de nossa volta. Depois disso, foi apenas a simples questão de esperar uma horinha pelo ônibus que se atrasou por causa de uma moca qualquer, e comprimentar ainda mais calorosamente todos os outros intercâmbistas que vieram junto com o ônibus quando este chegou, pois a maioria destes fazia muito mais tempo que não viamos. Depois de muito abraco e beijo, nos mandamos para o fantabuloso Egeskov Slot, onde comemos nossa comidinha preparada, curtimos nossas novas companhias e depois nos perdemos nos lindos jardins e salas do castelo, curtindo o super clima de verão que estava comecando.

Depois de uma alegriazinha andando pelo castelo, nos colocamos de novo no ônibus, para mais conversa, zuagem, cantagem e curticão generalizada, quando finalmente chegamos na escola onde iriamos pernoitar, pois sim, tinha que ser uma escola para garantir que tivessemos um monte de lugares bacanas onde a galera poderia se "hyggear" às favas, ou jogar altos esportes, ou sei lá. E sim, esta, assim como todas as escolas, eram o lugar perfeito para isto. Esta, com várias salas abertas, um campo de basquete do lado de fora, e o parquinho de bincar mais futurista que existe, que mais parecia uma escultura de arte assustadora, ou uma máquina maléfica de machucar criancinhas, mas que no final das contas era simplesmente um dos melhores lugares que existiam para sentar e relaxar e curtir numa boa.

Okei, então jantamos, e é na hora do jantar que o nosso tal cara-guia nos explica que esse era o esquema que iria rolar todo o dia: acordar às 6 da manhã, tomar café-da-manhã e preparar o lanchinho do almoco, empacotar tudo e se mandar às 8 com o ônibus para ir ver o que quer que seja que estivesse no programa para o dia, até mais ou menos as 16 horas, quando nos botavamos no ônibus de novo e iríamos em direcão à escola onde pernoitariamos, chegando lá às 17-18 horas, o que sempre nos dava muito tempo para relaxar, conversar e hyggear antes de ir dormir, tendo o jantar às 19 horas, e chá e bolo às 22:30, sempre com o limite de ir dormir às 23 horas, menos na sexta, o último dia, quando teríamos a permissão de ir dormir quando nos bem entendessemos, o que significa que teria bombacão extra nesse dia, que será rapidamente descrita depois.

Então só vou falar sobre os lugares turísticos bacanas que visitamos, apesar de que não faltaram acontecimentos muito muito legais nas estadias nas escolas, como a aparicão de menininhas dinamarqueses aleatórias, doidas e preconceituosas, que achavam que, por estarem conversando com estrangeiros burros, elas poderiam nos enganar e nos convencer de que elas eram extraterrestres, o que foi ao mesmo tempo extremo cômico e extremo irritante em certas partes. E também teve a outra bela parte em que, novamente, se fez juz ao nome deste blog! O placar oficial é agora Itália 2 - 1 Dinamarca.

Mas bem, voltando ao ponto. Atracões turísticas!

  • Primeiro, uma navegada feliz e contente até o incredidabilissivel Himmelbjerg, o segundo ponto mais alto da Dinamarca nos seus incríveis 160 m de altura! Uauauau! Na verdade, apesar de toda a ironia de quão baixinho é o ponto mais alto da Dinamarca, até é bem legal o lugar mesmo. A escaladinha até o topo me lembrou um pouco as trilhas que tem em pirenópolis, com a pequena diferenca de que aqui, não se chegava numa caichoeira linda depois das escaladas, mas sim num lugar alto de onde você pode ver uma paisagem linda linda, e onde tem uma torre de onde se pode ver ainda mais paisagem linda linda, e ainda comprar um monte de tranqueiras. Eu até pude penchinchar lá, whoo!
  • Segundo, ir para Århus ver Den Gamle By, que se não era absurdamente emocionante por conta própria (pelo menos não para um grupo de jovens com sede de aventura), era um lugar bonito e simpático onde podíamos nos hyggear e curtir a vida, e o tempo bom que comecou a fazer. Além de ter um parque de diversões antigo que apesar de rídiculo, era a maior alegria. Assim terminamos o primeiro dia.
  • Ir para Skagens gren, que é basicamente o ponto mais norte da jutlândia, cuja a grande diversão é estar numa praia que tem uma ponta, onde dois mares quebram de cada lado. No tempo ótimo que estava fazendo, praia foi uma alegria completa, mesmo com a água numa temperatura absurdamente baixa, baixa o suficiente para até ter focas! Muito curtiloso, bonito e feroz.
  • Depois, para uma tal Mårup kirke, que se tratava basicamente de uma igrejinha totalmente fudida e lascada que fica próxima de um grande desfiladeiro que dá para o mar, que está se erodindo gradualmente, o que significa que ele eventualmente vai engolir a igreja. Fora essa história bacana, onde uma igreja eventualmente vai ser engolida pelo mar, era uma paisagem muito incrível.
  • E de lá, para o Rubjerg knude, uma grande e divertida duna de areia, onde rolava de fazer uns esquibundas extremamente "estáiles" se você fosse radical o suficiente, ou simplesmente suicida. Também com uma super paisagem, especialmente legal gracas ao tempo bom. E assim terminou o segundo dia.
  • Comecando o dia, Mønsted kalkgruber, uma grande caverna de mineracão que está sempre a 8 graus celsius e tem sempre um indíce de água no ar de mais de 95%, o que significa que tem uma penca de queijo lá guardada, além de uma penca de morcegos hibernando no inverno, além de uma penca de intercâmbistas explorando as cavernas e curtindo o senso de aventura, fazendo altas piadas à respeito da criatura das profundezas que iria matar a gente, no melhor estilo de "filme de terror com um monte de jovens". E tomando sorvete!
  • Depois, o Fiskeri- og Søfartsmuseum, ou seja, o museu da pescaria e navegacão, que era bacana porque tinha uma vaca pendurada, que é algo já aceito por todo o mundo como algo necessariamente engracado, além de aquários com focas, peixes e minks e todo o outro tipo de animal bacana e bonito e cuti-cuti do mar. Mas, como ficamos lá por muito mais tempo do que é interessante ficar olhando para animais pendurados e afins, fomos para uma praia que tinha lá perto e curtimos ainda mais o tempo bom, numa náice!
  • E na escola, tivemos a possibilidade de nadar numa piscina coberta. Whooo! Terminamos o dia aqui.
  • Já no outro dia, ir para Ribe, que é uma cidade muito simpática, com uma igreja com uma dessas torres que tem uma paisagem linda, mas que demanda que você suba uma cacetada de escadas para curti-la, mas que tanto faz, por que cacetadas de escadas não fazem mal. Depois de curtir lá um pouquinho, era hora da...
  • LEGOLÂNDIA! Whooooo! Na verdade a legolândia nem é tão extrema assim, já que a maioria das atracões é feita para criancas. Mas mesmo assim foi muito feroz, pois a legolândia tem dois grandes trunfos: o primeiro é a colecão de coisas muito feras construídas de lego, desde as miniaturas enormes e perfeitas de partes de cidades famosas, onde os carros e barcos andam por aí perfeitamente de uma maneira muito bacana. E a segunda é a incrível atracão do "Power builder", onde você monta o modo como um enorme braco mecânico vai te jogar de um lado para o outro e te girar por aí, o que é MUITO divertido! Além do que, é a legolândia porra, tem que ser curtida! E foi! Muita alegria!
  • Também é nesse dia que temos bombagem extra a noite por não termos hora certa de dormir. Bem, gostaria de poder contar que foi uma noite de selvageria louca, mas temo que devo dizer que acabou virando, em algum ponto da noite, jogagem de verdade ou consequência, o que sempre dá aquela sensacão meio zela na vida. Mas tudo bem, porque deu pra fazer umas consequencias engracadas e, gracas a mim, transformamos o jogo de verdade ou consequência numa simples roda de contar episódios bastante vergonhosos de nossa vida, o que permitiu que pudemos ouvir muitas estórias muito engracadas! E em algum ponto, terminamos o dia.
  • Último dia se resumiu a ir para a casa de H.C. Andersen, sem curtir demais pois já estavamos deprimidos com a idéia de que todos iamos embora voltar para nossas vidas normais, e muitos de nossos ons companheiros de viagem a gente só vai ver de novo no último acampamento (haha, que merda, até de só escrever isso eu comeco a chorar). Muita muita tristeza e carinhos e abracos e beijos, despedidas emocionantes, promessas e mais promessas, dor e mais dor. Eu, sendo de Odense, me dei o direito de me despedir de todas as pessoas até o último momento, esperando junto com eles por seus trens, naquele silêncio triste, mas bonito, que existe entre pessoas que se adoram e precisam se separar, e que estão sentindo exatamente a mesma dor, e que não podem fazer mais nada além de dar gracas aquele pequeno momento que eles ainda tem para aproveitar a companhia um dos outros. Tristeza, tristeza, tristeza...



E aí eu voltei para casa, onde a família estava terminando de comemorar o aniversário de Frederick, e comemorei o que ainda restava da festa com o que ainda restava dos convidados, apesar de meu estado emocional e físico um tanto abalado.

Capítulo XLII: Odense Zoo

Tinha muitos animais lá.

É galera... Estou na parte da dureza, em que tenho que ter aquela consciência de que o assim chamado melhor ano da minha vida está acabando, e ao mesmo tempo mal posso esperar para voltar logo pra casa e para todos os meus amores daí, e matar todas as saudades, como aquele carangueijinho delicioso que estava faltando nas praias que visitamos, hehehe.

Um abracão e/ou um beijo enorme para todos que eu tive que deixar para trás aí, saudades enomes de todos...

12 Comments:

Anonymous Anonymous said...

opa! opa! tava soh de passagem, mas vih q tinha post novo, vih q tava 0 comments, n resisti e vim comentar logo =P vou deixar pra ler direito e fazer um comentario pertinente (not) depois.
soh pra dizer q cheguei primeiro \o/

2:51 AM  
Anonymous Anonymous said...

Depois vou comentar com mais tempo todas as aventuras, mas agora só quero dizer que esse seu último post foi uma prova inconteste de que sua experiência de AFS está sendo completamente bem sucedida.

Sua descrição de como está se sentindo quase ao final da estadia - esse mix de enorme tristeza com o aumento da ansiedade (boa) pelo retorno - é precisamente o tipo de feeling que todo o AFSer que efetivamente teve uma boa experiência deve sentir, ao final dela.

Valeu, Dani! Só espero que o fiel Hubbert também tenha aproveitado tão bem como você.

Bom, esse comment meio emotivo não me impedirá de fazer algumas perguntas que não querem calar:

1. Que diabos é "hyggear""????

2. Afinal, cáspite, macacos me mordam, o que é mesmo "Hyggear"???

3. O que uma vaca estaria fazendo pendurada no teto de um museu marítimo e de navegação????

4. Esse segundo gol da Itália foi marcado contra a mesma goleira, se me permite o trocadilho??

3:30 AM  
Anonymous Anonymous said...

Alou querido! Faz um bom tempo mas estou aqui numa pausa das garras opressoras da faltisse-de-tempo e respectivamente, tempo-livre-preguiçoso-demais-para-se-respirar-e-ficar-em-pé-ao-mesmo-tempo, alem de quem sabe, uma Damascus-Sword-of-love+16; mas enfim, estou passando para te deixar um olá e muito amor para o mundo POREM COMEÇANDO COM UMA NOTA NERD:
A Dinamarca vem me assustando em seus fervorosos relatos por alguns niveis de nerdisse impressionante, tais como o WoW não ser algo de nerdes (o que é um item de chacota entre eu e meu irmãozinho lá de Itabira quando nos referimos a nerdês mundial) e o fato daí em Odense ter um lugar chamado Arcadia, que alem de ser um nome bastante nerd, não seria suficiente citar que é na verdade, uma grande cidade no Final Fantasy XII.

Para fechar bem bem minha postagem nerdica, trago-lhe também a noticia que já estou a combinar minha viagenzinha e portanto te semi-recepcionarei quando voltares para o Brasilzin! Semi porque na verdade, devo ir para Brasilias um par de dias depois que você ou o Diogo chegar heuehuehu, mas de boas; estão dados meus recados e olás no momento, volto logo mais que possivel para mais leitura e comentagem, muito amor e abraços! (Meus alias e da Escritora-Maluca, quem eu mostrei suas fotos daí outro dia e que ficou encantadissima com a limpesa local e [principalmente] das ruas)

3:29 PM  
Anonymous Anonymous said...

Como tem tudo a ver com esse último post e esclarece dúvidas colocadas nos comments, transcrevo abaixo a carta do mês de junho do Restaurante Aquavit de Brasília que acabo de ler (www.restauranteaquavit.com).
Danilo, Danilo, ainda bem que, como é véspera de verão aí, você não foi “hygge-jer” em frente à lareira...
Mas, pensando bem, você falou em "lugares bacanas onde a galera poderia se "hyggear" às favas"... É, nenhum calmante para o Lorde Voldemort nessa passagem ;-)

J U N H O 2 0 0 7

Todo idioma tem uma palavra que se diz só existir naquela língua. E que não tem tradução. Em dinamarquês existe a palavra “hygge” (pronuncia-se rigly). É uma coisa meio complexa, mas no fundo a palavra descreve uma situação onde cai uma nevasca brava lá fora, já acabou a energia, e você está com seu amado em frente à lareira, só com a luz das chamas, deliciando-se com um prato de inverno bem substancioso e tomando um vinho tinto incorporado, que esquenta a alma.

Depois vocês vão “hygge-jer” enrolados naquela pele de urso-polar quentinha e fofa em frente da lareira.......

O menu de junho é um menu para “hygge-sig “. É frio, é inverno e no dia 12 de junho é Dia dos Namorados.

Este mês consegui umas vieiras maravilhosas, criadas em Florianópolis. Elas chegam vivas aqui. Eu as gratino com molho holandês e sirvo com uma colherinha de caviar da Ilha de Bornholm, uma charmosíssima ilha no Mar Báltico, respeitada produtora de salmão, arenque e caviar. Como a uva chardonnay harmoniza-se perfeitamente com a vieira e a manteiga do molho, estamos propondo um Catena para acompanhar.

Estou defumando surubim para o segundo prato. Vai ser preparado “a la Haddock” cozido no creme de leite e com uma guarnição meio mediterrânea com caviar de berinjela, confit de tomate, azeitonas e alcachofra. Neste caso, um vinho rosé me pareceu a melhor opção.

Já que estamos falando de ilhas, ando bastante apaixonado pela Ilha de Boipeba, na Bahia. Na ‘hyggeligíssisima” pousada Vila Sereia, onde adoro ficar, é servido um café da manhã fantástico. Há três semanas, a cozinheira Nete aprontou comigo, serviu um couscous de tapioca feito de leite de coco que ela tinha acabado de extrair. Estava tão gostoso, mas tão gostoso que eu logo imaginei o couscous servido com peito de pato e algum chutney temperado. Optei por um chutney de goiaba marinada com gengibre e pimenta de cheiro. O molho de pato é feito das carcaças do pato e bastante vinho tinto. Para acompanhar este prato, buscamos um bom vinho italiano, um Valpolicella Costa Maran Ripasso. A palavra ripasso, significa neste caso que o vinho passou 12 meses pelas barricas onde estiveram os Amarones, o que dá uma característica muito especial a este vinho, perfeita para o pato.

O prato principal é aquele que o casal no início do texto estava comendo, à luz das chamas. Meu pai, que está passando suas férias comigo aqui Brasil, foi quem me mostrou uma antiga receita de pernil de cordeiro braisé no meu livro francês do legendário Ali Bab. Ele gosta de preparar esse prato, quando está na nossa ilha na Suécia, sozinho com minha mãe, e quer tomar um daqueles pesados vinhos espanhóis, com uma comida a altura para acompanhar. Nos últimos dias andamos testando a harmonização e chegamos a conclusão que o Ribero del Duero Prado Rey realmente ficou maravilhoso, com um paladar quente, redondo e macio. Para acompanhar, serviremos o cordeiro com cogumelos, cebolinhas glacês e massa filo recheada com um creme de milho e alho poró, uma criação, por assim dizer, meio mineiro/francesa.

O meu antigo chefe no restaurante Soelleroed Kro em Copenhague, Jakob de Neergaard acabou de ganhar uma das desejadas estrela de Michelin para seu Restaurante. Parabéns. A sobremesa em junho é uma criação dele, que reproduzo para homenageá-lo e também porque achei a cara do Aquavit – os ingredientes dessa sobremesa, que surpreende com seu tempero, são morangos, que estão na época, baunilha selvagem de Goiás e raiz forte, que eu tenho aos montes na horta.

Espero que nossos amigos também achem “hygge” nosso jantar. Garanto que a lareira estará funcionando a pleno vapor.

Simon Lau Cederholm

7:34 PM  
Anonymous Anonymous said...

uou, como assim, eu devia ter lido esse post inteiro antes =P
n pode deixar de ser: e as fotos?? a dinamarquesa era loirinha? e como indagou seu pai, a italia mudou de convocação ou n?
espero q vc tenha tirado fotos das vacas-pingentes e todas essas outras coisas legais, assim como as paisagens marotas, gotta see'em all =P
altas invejas da ida a legolandia, nossa, era meu sonho de consumo de infancia...
opa, o velho chegou por aqui, gotta go, abraços danilote, volte logo o/

p.s.: vc colocou o ultimo capitulo como 92

8:46 PM  
Blogger Danilo e o Fiel Hubert said...

Vamos comecar com o conceito de "hygge", já que por algum motivo foi o que mais rendeu comentários até agora. Apesar da descricão provida pelo Simon definitivamente não estar errada (eu nunca me daria o direito de dizer que o conceito de um dinamarquês acerca de hygge está errado), ela está ao mesmo tempo um enorme tanto incompleta, pelo menos de acordo com meus parâmetros.

Hygge é basicamente um tipo de prazer um tanto amplo. Sim, você definitivamente está se "hyggeando" quando tá com uma loirinha selvagem do seu lado na frente da lareira tomando vinho. Mas você também está se "hyggeando" quando está jogando poker com seus amigos num bar. Você também pode estar se "hyggeando" quando está tocando um showzinho com sua banda de garagem. E você sem dúvida está se hyggeando quando está dancando loucamente um tecno bizarro enquanto um tanto "emborrachado". Até quando você passa aquela noite sozinho em casa vendo um filme na tv comendo uma cacetada de chips no sofá sem estar nem aí pro resto do mundo você está hyggeando. Ou seja, vocês não precisam nem devem inferir muita coisa de hygge.

Bem! A outra pergunta de peso é se foi a mesma goleira italiana. Claro que não, se não não teria graca!

Ora, porque diabos NÃO haveria uma vaca pendurada num museu de navegacão??

Fotos... essa é a merda. Eu quebrei minha máquina logo no primeiro dia do dktur... Vou até tentar arranjar uma máquina nova hoje. Então não tenho fotos da minha outra italiana, mas vocês não deviam se animar muito mesmo, porque ela não é mais bonita que a primeira não. A dinamarquesa, bem eu tenho uma única foto dela, e tenho que dizer que infelizmente, a combo eu como mal fotográfo mais ela não sendo fotogênica deu resultados ruins... Eu posso até colocar depois, jurando de pés juntos como bom escoteiro que ela é muito mais gatinha em pessoa.

Para terminar: whoooo kashi komments knerds!!! Claro que esse arcadia, na verdade, não tem nada a ver com videogames, muito menos com Final Fantasy, mas da primeira vez eu também achava que ia ser uma boate mó maluca de DotA, que nem rola nos clipes do Basshunter. Eu tava com muito muito medo de entrar. Mas viva!! De todas as bilhões de notícias boas que podem me ajudar contra a tristeza que permeia os meus últimos dias na Dinamarca, saber que o grande Kashonaldo vai me semi-receber em Brasília é uma das melhores! Alegria!

11:13 AM  
Anonymous Anonymous said...

É, Danilo, podemos ver que você ainda tem um longo caminho a percorrer! Só porque estava perigosamente perto do seu retorno, quando conseguiu pegar mais duas minas, vira um maricas emotivo... tsc tsc... ou será...? Não, não pode ser, esta seria uma técnica demasiado avançada para um tamanho n00bzor!!! Mas seria possível que a relação de causalidade seja, de fato, inversa? Que você tenha conseguido se safar com um "Double Daniel Power Plus Deluxe", e ficado com as raparigas PORQUE você demonstrou sentimentos!? Impossível!

Quanto a "hygge", de acordo com o que meu irmão descreveu (e também o Simon, em parte), eu não achei, de modo algum, uma palavra de difícil tradução para o bom e comparativamente não-tão-velho português. "Hygge", no meu entendimento - me corrija se estiver errado - é o exato equivalente nórdico de "curtir adoidado". Ou simplesmente curtir, já que não há muita doideira em assistir televisão e comer chips, a menos que seja um filme do David Lynch ou Miike Takashi, e os chips sejam, sei lá, Baconzitos (chips feitos de BACON!? Como assim!?).

Minha câmera... Maninho, seria do seu melhor interesse ficar ilegalmente na Dinamarca, pelo menos até eu juntar dinheiro o suficiente para eu viajar para aí, quando se tornará mais proveitoso para você fugir para algum país obscuro do leste europeu (Turcomenistão!). Ou você poderia tirar muitas fotos bacanas de aqui em diante, para compensar a desfeita.

Uma boate chamada Arcadia, numa cidade chamada "Templo de Odin"... A quem eles acham que enganam?

Saudades de você, e ansioso para despedaçar a sua alma. Falou.

3:30 AM  
Blogger Diacho said...

Bem, a única coisa que eu ia diser mesmo já foi dita pelo Adolfo com bastante proficiência: esse post demonstrou pra nós, mais que qualquer outro, o sucesso desse intercâmbio. Pode croc que eu tava hyggeando lendo ele no break aqui do meu trabalho.

6:06 PM  
Blogger Diacho said...

Só como um comentário rápido:
algum repórter acabou de ter seu melhor dia de trabalho.

Eu tava de boa olhando os headlines no meu RSS quando subitamente aparece esse:
http://news.bbc.co.uk/2/hi/technology/6752853.stm

6:35 PM  
Blogger Princesa Sisi said...

pois é danilo.

4:23 AM  
Anonymous Anonymous said...

oh sim, como da ultima vez fui interrompido pela abrupta chegada do meu pai, embora o conceito hyggear jah tenha sido explicado, uma imagem q n me saia da mente era q eu tava associando com 'hige' em japones (eu tou estudando, posso fazer esse tipo de referencia sem otakuness, acho), q eh barba/bigode, e o danilo estaria todo esse tempo deixando uma barba crescer.. claro q n era soh isso, tinha toda uma implicação sobre pelos faciais e macho-likeness, e talvez um pouco de lumberjackness (cheio de ness esse comment), associando essa parte com a atiração de machados por aih..
bem, eu me diverti, achei q devia compartilhar =P
aih danilo, tou atrasando minha ida pra recife pra te receber por aqui tb fiote, entaum eh bom vc lembrar de me convidar pra whatever!
o/

12:35 AM  
Blogger Danilo e o Fiel Hubert said...

Então galera, algum dia desses faco um post novo. Já tá cheio de coisas que eu posso adicionar. Tá vindo.

Recifonaldo, claro que você está convidado pras churrascadas de voltagem!

Hahaha, muito bom essa notícia dos zumbis. Eu tava jogando um jogo de matar zumbis no mesmo dia. Legal!

9:24 PM  

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