Friday, March 30, 2007

Aqui estou novamente na minha boa e velha casinha de Odense, vendo acabar de escurecer só agora as 20 horas, o que é um sinal maravilhoso porque mostra que a primavera está chegando, e logo logo vou ter, com um pouco de sorte, a chance de ser como o Bambi e seus amigos e me apaixonar loucamente, ou pelo menos ter a chance de comer carne de mãe do Bambi, ou sei lá. Estou cansado como um cachorro semi-sarnento, mas que mesmo assim é fofo, que esteve fugindo da carrocinha por três dias em mil aventuras loucas, ao mesmo tempo que roubando bifes de um acougue local e sei lá o que mais. Mas pelo menos, como podem ver, estou inspirado e louco para partilhar minhas aventuras radicais dos últimos dias!

Então, avanti!

Capítulo XXX: Efterskole, Que Apesar De Não Realmente Ser o Capítulo "XXX", É Um Dos Meus Capítulos Favoritos!

Estava eu aqui em casa, curtindo o fato de ter recebido uma quinta e uma sexta-feira livres para fazer um trabalho de inglês que já estava bem encaminhado da minha parte, quando checando meu e-mail atrás de notícias das intermináveis preparacões de meus pais para nossa Scandinavian Tour, de repente fico sabendo que segunda eu iria para uma efterskole ('Fessor Danilo não falhará, e a explicacão vem em breve) curtir uma semana inteira de não ir para a escola enquanto indo para a escola ao mesmo tempo. "Nåh..." digo eu (pronuncia-se exatamente como a palavra nó) "... então beleza!"

Mal sabia eu que naquele pequeno momento, Deus havia me iluminado com o divino poder de profetizar o futuro, pois de fato, beleza foi o que foi! A belezura comecou quando eu e a pequena e amigável, porém venenosa Gift (interna dinamarquesa, ha!), uma tailandesa que também mora em Odense, nos encontramos num ônibus as 8 e pouquinho da manhã, em alto animo e com enormes expectativas para essa escola que seria o nosso lar pela próxima semana. Depois de uma horinha de ônibus e 7 kms de alegre e cansativa caminhada com várias malas, ao lado de uma longa e deserta estrada, o que proveu uma maravilhosa chance de cantar um monte de coisas sem nexo e fazer mil piadas a respeito de peregrinos, nos encontramos em frente as portas da fabulosa Faaborgegens Efterskole. Pouco se importando com qualquer possível regra de boas maneiras de como adentrar o local, já que estavamos cansados e quase atrasados, entramos simplesmente e explicamos para o primeiro cara que nos aparece que somos os estudantes de intercâmbio que ficariam por lá pela semana.

Foi uma apresentacão muito própria, já que foi tanto feita para a pessoa certa no tom certo. Sim, estavamos falando com o cara que eu acredito ser o diretor da escola, e o tom casual e relaxado é justamente o tom que se deve usar a todos os momentos numa efterskole! Portanto, o diretor estava mais que feliz em se apresentar e nos orientar pessoalmente, sendo muito simpático tanto no seu modo de falar quanto no seu modo eficiente de agir, que garantiu que pudemos largar nossas malas o mais rapidamente possível, e portanto estavamos logo mais prontos para sermos apresentados à escola. E não brinco quando digo logo mais, pois realmente segundos após se livrar do peso extra, entramos numa sala onde todos os 100 e lá vai uma leve pedradinha alunos* da escola estavam reunidos, cantando juntos, como eles costumam fazer toda a segunda de manhã.

*

Logo depois que a cantoria acaba, somos rapidamente apresentados à escola, no estilo simples de dizer "Hej, jeg hedder Danilo og jeg kommer fra brasilien!". Recebendo uma calorosa salva de palmas um tanto desnecessária dos alunos depois de nossas respectivas apresentacão, eu e a pequena Gift somos apresentados à nossos respectivos "roomies", ou seja, nosos companheiros de quarto, que também são muito simpáticos e estão mais que animados com a chance de perder uma aula para nos mostrar nossos quartos e dar um rápido tour pela escola.

A partir daí comeca minha fantásticosa semana na efterskole. Antes de irmos para os casos específicos de coisas especialmente interessantes que lá ocorreram, vamos definir efterskole para podermos ter uma visão geral de como são as coisas lá, e assim facilitar a compreensão dos assim chamados "causos". Apesar da traducão literal de efterskole dispensar a ajuda do 'Fessor Danilo, já que é um tanto óbvio que "efter" é o mesmo que "after", ou seja, "depois", e "skole" é o mesmo que "escola", a traducão metafórica é algo um pouco mais especial. Acontece que, quando um jovem dinamarques (como, por exemplo, meu caro irmão Frederick) está prestes a terminar a folkeskole, ou seja, o ensino fundamental, ele tem automaticamente várias opcões de como, se e quando ele vai seguir para o gymnasium, em outras palavras, o ensino médio. Uma dessas opcões é estudar por um ano numa efterskole antes de seguir com os estudos tradicionais.

Estudar numa efterskole, portanto, é o que se pode fazer depois da escola primária, o que explica o nome da coisa. Claro que "estudar" também tem uma definicão especial. Sim, ir para uma efterskole envolve se sentar em salas com quadros negros e ouvir professores falarem sobre números, letras, sentencas e sabe-se lá mais o que. Mas também, em grande parte, envolve escalar, sair para andar de bicicleta, passar horas fucando no photoshop, costurar, cantar, ver Monty Python e, acreditem se quiser, até mesmo dormir, e TODAS essas coisas são consideradas estudar. Uma efterskole é uma chance maravilhosa de se aprofundar em seus hobby, seja ele artístico ou esportivo, além de conhecer outros colegas da área. Além do que, é um lugar extremo agradável de estar, que definitivamente merece ser conhecido pelo conceito genuinamente dinamarquês de ser "hyggelig". Pois além de toda a "educacão" que você tem que receber, você também tem tempo de simplesmente relaxar, e portanto é perfeitamente natural achar, entre as pausas ou simplesmente durante uma mantanca de aulas, vários jovens jogando pebolim (aka. totó, futebol de mesa), "pool", cartas, ou simplesmente jogando conversa fora, esparramados em sofás comunais, tipo assim:



E claro, como dito antes, efterskoles abrigam uma quantidade exorbitantes de radicais e alternativos, isto quer dizer, punks malucos de cabelo colorido e picotado de maneiras loucas, skatistas radicais que curtem um Offspringzinho aqui e ali, nerdes de mangá que infelizmente sabem até mesmo fazer "selos" malucos de "jutsus" malucos de Naruto, jovens designers com criatividade além de todos os limites quando considerando suas próximas criacões de roupas, e até mesmo metaleiros radicais que se amarram num Finntroll e em outras bandas ferozes. De uma maneira que eu simplesmente não consigo explicar, todos estes grupos vivem em perfeita harmonia juntos, e uma das coisas mais mágicas de se estar numa efterskole é curtir o sentimento de alta intimidade que se acha lá, coisa que é normalmente difícil de se achar na Dinamarca.

Okei, agora que acabei a introducão, podemos prosseguir com "causos"!! (já dá pra ver que hoje a leitura vai ser loooooooooonga, não?)

Comecaremos, já que pouco nos importamos com cronologia no momento, com o Causo da Patinagem Sócio-Bacanal. Um desses belos dias dessa bela semana, me aparece a possibilidade de sair com uma das turmas de gente radical da escola para uma excursão de radicaleza, que em termos mais simples, significa sair para andar de skate. Acho que todos levam em mente que a minha perícia com o skate é, no mínimo, absurdamente baixa, se resumindo a basicamente, saber ir para frente e virar para ambos os lados, o que realmente não é nada. Mas resolvi ir junto porque, bem, não me parecia haver nada muito mais feroz de se fazer no momento, e ver uns bróders do skate em acão podia ser bacana, se eles fossem bons. Bem, os bróders do skate* em questão não eram ruins de modo algum, mas definitivamente não espetaculares, apesar de conseguirem se divertir um pouco no mini-parque de skate que existia na fabulosa cidade de Fåborg. Mas não fiquei vendo nenhum bróder do skate por muito tempo, pois o professor dos radicais me ofereceu seus super-velhos e lascados patins (fato interessante: eles tem a exata mesma idade que eu! Uau!) de disco para me divertir um pouco com as minas semi-radicais do patins.

*
Como ser um besta ativo é sempre melhor que ser um besta passivo, fui nessa, tentando superar minha falta de proficiência no patins aplicando minha proficiência no ski na equacão, com um certo nível de sucesso, e com a ajuda extra de alguns bons conselhos de uma das mocoilas patinadoras, logo mais já estava conseguindo dominar um pouco a coisa, a despeito de certas pequenas complicacões, como o fato dos freios dos patins já estarem gastos ao ponto de serem inúteis, e as tentativas constantes da ventania macabra que estava fazendo no dia de me derrubar e/ou me jogar contra obstáculos aleatórios que se achassem no caminho. Assim, com já dominancia o suficiente para não cair o tempo todo, tive a chance de conversar por um bom tempo com a mina dos patins, que ao final de nossa pequena "aventura", estava muito animada com a próxima chance de sair para patinar com o Sr. Brasileiro Bacana (ou seja, eu), com um pouco de sorte com um par de patins decente, para poder ensinar uns truques mais animais, como por exemplo subir um quebra molas sem precisar ficar de lado para ele! Uauau!!

Antes de passar para estórias mais bacanas, vamos passar pelos simples Eventos da Supremacia Nerdes/Musicais. Pode parecer esquisito para meus amigos, que estão muito acostumados com um nível de nerdice e de conhecimento musical elevados à extremos inacreditáveis, ouvir que em algum momento meu conhecimento nestas áreas pode ser considerado incrível, majestico ou, quem sabe, até mesmo divino. Mas vamos ter em mente que uma efterskole é um lugar de pequenas criancas de 15 ou 16 anos, que ainda não tiveram tempo de explorar os intermináveis horizontes das sub-culturas nerdísticas. Assim, fui capaz de surpreender a muitos com meus "vastos" conhecimentos em várias áreas.

Comecamos com o grupo dos nerdes de mangá, que logo que descobriram que, em tempos remotos em que eu não estava na dinamarca, eu era um apreciador dessa bela forma de arte quadrinistica, resolveram descobrir o quão bem informado eu era neste ramo, perguntando minha opinião a respeito de vários títulos que eles julgavam ser desconhecidos. Assim tive a oportunidade de ser um mestre esnobe do mangá, ridicularizando a pobreza de detalhes de Naruto, a repetitividade incoerente de One Piece, e assim em diante, passando para recomendar títulos que tirariam aqueles jovens da prisão de mangás infantis, como por exemplo 20th Century Boys e Monster.

Depois veio os conhecimentos musicais. Aqui, é claro, não pude ser um mestre supremo esnobe, mas um respeitoso colega bem ensinado nestas artes. Minha simples capacidade de saber reconhecer Finntroll, Wu-Tang Clan, Tenacious D, ainda lembrar partes de letras de músicas do Offspring e Papa Roach, e em especial já ter ouvido diversas músicas do Flogging Molly surpreenderam a vários, tanto separadamente por meu conhecimento em cada área, e ainda mais quando olhando para o todo, pelo quão eclética minha escolha de estilos conseguia ser.

Também impressionei uma galera por ser um compatriota jogador de RPGs de mesa. E acabei de ter um de'ja vu maluco agora.

Vamos prosseguir com o Conto da Fantástica Escalada Lunar, que apesar do nome, não tem nada a ver com a lua, e a parte mais impressionante nem tem nada a ver com escaladas. Sim, fui escalar quando estive na efterskole: eles tem de fato uma pequena, mas perfeitamente usável, parede de escalada, que de vez em quando eles resolvem usar, uma dessas vezes, para minha sorte, quando eu estava lá. Nada de demais em se escalar, já tinha tentado antes e a parede em questão realmente não era nenhum desafio. O interessante foi que, durante os momentos que não estávamos escalando, os jovens esperavam a sua vez se engajando no simples hobby de... arremessar machados??

Okei, está confirmado, dinamarqueses definitivamente ainda tem bastante sangue viking nas veias. Ainda não consigo acreditar que eles tinham um grande pedaco de madeira pendurado numa árvore cujo solene propósito era receber machadadas de longa distância, mas eles tinham. É óbvio que eu não ia deixar uma chance dessas passar, e fui imediatamente tentar um pouco do hobby também. Infelizmente, descobri que minha proficiência com machados é pobre e ridícula. Nem mesmo usando o machado de perto, eu conseguia dar um corte preciso e profundo. Mas também, notemos que me faltou tempo para realmente poder refinar minhas habilidades, se tivesse mais uns dias, teria virado o mestre supremo do machado, tipo o Gmili mas com menos barba. Aliás, talvez eu não seja tão bom com machados porque me falta barba. Faz sentido.

É aqui que resolvo contar sobre a Aventura Sonífera da Cabana do Norueguês Maluco, que se não é exatamente o ápice da acão fantástica e miraculosa que existe aqui no blog, é pelo menos um tanto esquisita. Quer dizer, quantas vezes um professor no Brasil decide que levar um penca de alunos com seus respectivos sacos de dormir para uma cabaninha no jardim da escola, mandar todos eles se deitarem de qualquer maneira que lhes apetecesse, garantindo que todos eventualmente estavam esparramos uns nos outros de maneiras esquisitas mas confortáveis, e contar para eles contos de fada, quase garantidamente fazendo-os dormir, é algo que pode ser considerado uma "aula"? Acho que até mesmo para os dinamarqueses isso seria um pouco demais, afinal esse é o tipo de embromacão que mal pretende ter algum fundo de potencial educacional. Mas, pelo que parece, não é nenhum problema para os noruegueses, ou pelo menos não foi para o professor norueguês da nossa cara efterskole. Pois sim, foi exatamente isso o que ele fez.

Mas não parou por aí. Depois de terminar a estória, ele resolve acordar a todos nós e nos levar, de todas as coisas que poderíamos fazer, para uma maravilhosa e ao mesmo maléfica caminhada "matinal". Nos primeiros momentos, definitivamente não estava de boa com isso, pois estava realmente relaxado e confortável na cabaninha ao lado da Gift e outras mocoilas. Mas depois dos primeiros momentos de caminhada, pronto, estava em perfeita energia de novo, e usei todo o percurso da caminhada para conversar com os americanos que, ainda não compreendi porque, estavam não apenas na dinamarca, mas estudando numa efterskole, o que se provou ótimo pois os caras eram muito gente fina, e logo mais estes jovens também esperavam ansiosamente pela próxima oportunidade que teriam de sair por aí e se divertir com o English-Master-Brazilianow (sou eu de novo).

Okei, vamos lá, falta pouco! Agora vem o Caso da Eloqüência Conquistadora! Pois bem, estava combinado que, em um dos dias de nossa estadia, eu e a Gift falariamos um pouco sobre nossos países de origem, além de nossa experiência aqui na Dinamarca. Pois bem, em geral, não sou nenhum grande orador público, já que evito um pouco as oportunidades que me são apresentadas de exercer este trabalho. Contudo, como nesta ocasião fazer isto era inevitável, e como estava exepcionalmente inspirado por todos os belos momentos que partilhei com a maior parte dos alunos daquela pequena escola, tomei esta tarefa ao peito e ponderei longamente, sem nem mesmo perceber, qual seria a melhor maneira de falar por alguns minutos sem entediar ninguém.

Sem querer me achar nem nada, mas realmente me sucedi com louvor nesta tarefa. Em bons e velhos termos de D&D (3a edicão), é seguro dizer que se tratou de um perfeito e redondinho 20 na minha rolagem de Atuacão. Até minha primeira frase soltou alguns risos da minha "platéia", pois comecei a contar sobre minha vida com a simples, mas eficaz: "Era uma vez, nas muito distantes terras do Brasil...". A partir daí, só foi melhorando, e com estilo e graca, fui capaz de trazer a atencão de todos para mim, soltando piadas aqui e ali, mandando elogios aqui e acolá, e constantemente trazendo reacões da galera, que ria e batia palmas com alegria pela performance. Como se não bastasse, o público, se sentindo um tanto a vontade, fez várias e ótimas perguntas, tanto para mim quanto para a Gift, que serviram de base para ainda mais piadas, elogios e charmes, o que tornou aquela aula geral (ou seja, uma aula em que a escola inteira participa) num momento fantástico de muita diversão e alegria!

Finalmente, para terminar bonito, a beleza da Estória da Bombacão Animal! Ufa! Pois sim, como pudemos ver nos contos passados, uma boa quantidade da galera da escola já tinha passado a não só me conhecer, mas também me considerar como um bom amigo, e portanto não tardou até o pessoal me convidar (juntamente com a pequerrucha Gift) para a festa que iria rolar para os alunos do colégio na sexta! Eu bem sabia que estaria muito muito ocupado no sábado, com várias coisas a preparar para minha viagem no domingo e ainda o musical do Simon para ver. Mas ora bolas, a chance era perfeita demais! Simplesmente não havia uma maneira melhor de se encerrar essa maravilhosa estadia na mágica escola de faaborgegens. Assim que pude confirmar uma volta para Odense em um horário não tão absurdo, de carona com o "super-bróder-roomie-skatista-radical" Daniel*, e assim que recebemos (eu e a pequena) a bencão das duas minas que estavam organizando a festa (o que não foi difícil, com tanta gente falando tão bem de nós, e depois daquela bela apresentacão), estavamos confirmados e prontissimos para festar**!

*
**

E de fato, festamos. Não há muito o que se dizer a respeito de festanca, só as mesmas aventuras semi-bêbadas de sempre, como dancar longamente, ter conversas meio ou totalmente sem nexo, e etc. Alguns podem reclamar que essa festa era uma ótima chance de fazer o capítulo XXX realmente ser XXX, ou no mínimo quase XXX, mas não rolava não, porque quase todas as minas na efterskole tinham namorados lá, o que complicava a vida de pegadores pra valer. Claro que, a despeito do nome do blog, eu não sou pegador pra valer, e pude me divertir muito muito sem pegar ninguém. Apenas duas coisas que merecem observacão: o fato de que rolou metal no meio dos tecnos, então tive a chance de bater muita cabeca com os marotos do metal, e o fato de que era dificilimo me movimentar pela festa, porque a cada cinco passos que eu dava um ou outro bêbado vinha me dar um abraco e dizer que ia sentir minha falta lá na escola. É neste momento que vocês suspiram: Aawww... Para inspirar vocês um pouco mais, olhar uma foto de mim e do meu outro roomie, que era o cara porque curtia Flogging Molly também:



Okei... Este foi só o primeiro capítulo de hoje!!! Tchan-tcha-naaaaam!! Santas Postagens Colossais, Batman!!!

Capítulo XXXI: Disco! Disco! (Para Relaxarmos Um Pouco Antes de Mais Um Monstro Bloguístico)

Bem, sábado depois da minha mágica estadia em Faaborgegens, eu me encontrava totalmente estrupiado em casa checando os últimos detalhes para a viagem em Roma (dinheiro, passaporte, roupas limpas, etc). Mas, na batida das 19 horas, mandei todo o meu cansaco e a dor em meus músculos catarem coquinho pois precisava novamente estar em top-shape para ir curtir o fabuloso musical do Simon, entitulado Disco! Obviamente estavamos a caminho de uma aventura nostalgica de alta qualidade musical, e por isso mesmo deixei todas minhas últimas responsabilidades para trás e me mandei com o resto da família.

Não preciso perder tempo contando sobre encontrar a família toda lá e esperar meia hora na frente das portas do teatro só para poder pegar bons lugares. Vamos direto a peca, em poucas e simples palavras:

Ferozissima! Diversão de montão, com muita boa música, belas atuacões, muita comédia no palco, e uma estória simples, efetiva, e perfeita para o tema! Fora alguns pequenos e rápidos problemas técnicos, ela foi realizada novamente em um nível profissional impressionante, arrancando, ao final, longos dez minutos em que a platéia, de pé, não só batia palmas, mas também pisava com forca no chão, querendo curtir mais clássicos dos anos 70, desde Kung-fu Fighting até I Will Survive, impressionados com as super apresentacão!

Uauauau! Fora alguns pequenos detalhes que poderiam ser melhorados, foi uma das coisas mais divertidas que já vi!

Capítulo XXXII: SPORCACCIONE!! (Quero Dizer, Roma!!!)

Antes de comecarmos, já quero congratular todo mundo que conseguiu ler até aqui em uma só sentada. A vontade de ferro de vocês é uma inspiracão para todos os escritores exagerados, eu garanto! Quem não conseguiu em uma só sentada não precisa se desesperar, só ter chegado até aqui é um feito incrível por si só.

Bom, vamos em frente, se não não terminamos nunca. Roma! Assim como no capítulo XXX, imagino ser uma boa idéia dar uma nocão de como foi a bela semana como um todo, revelando no geral qual era a rotina diária, para só então revelar eventos específicos. Mas antes disso, que tal fazer uma rápida lista de todos os pontos turísticos fantásticos que vimos, apenas para todos poderem ter uma nocão do quanto perambulamos por aquela fantástica cidade, e para todos compreederem porque nossos pés doíam horrivelmente quando retornavamos ao hotel ao fim do dia. Então, em Roma vimos:

  • A Stazione Termini, que não é nada mais que uma grandonérrima rodô-ferro-metroviária,
  • A Igreja de Santa Maria Maggiore,
  • A Igreja de S. Petro in Vincoli,
  • As ruínas de Domus Aurea,
  • O mundialmente famoso Colosseo (Coliseu),
  • O Arco di Constantino
  • O Forum Romanum
  • O Monumento a Vittorio Emanuele II
  • O Palazzo Venezia
  • A Piazza Navona
  • A Fontana di Trevi
  • O EUR
  • A cidade antiga de Ostia
  • A Igreja Santa Maria degli Angeli, e a Piazza della Republica
  • O Mausoleo Augusto
  • A Ara Pacis
  • A gigantonorme Basilica S. Pietro
  • O desnecessariamente colossal Musei Vaticani, onde entre um bilhão de outras artes antigas, vimos a também mundialmente famosa Capella Sistina.

É possível que tenha me esquecido de alguma coisa, mas acho que já foi o bastante. Para ser fisicamente possível ver tantas coisas num lapso tão curto de dias, é necessário acordar ao redor das 7 da manhã, tomar um banho para ficar fresquinho, e ir comer o apenas comestível café da manhã servido no "meio" lascado hotel três estrelas onde você e seus colegas estão morando. Daí, é pegar suas coisas, e sair na rua, seguindo a lideranca algumas vezes confusas de dois professores que iam tanto a Roma que quase moravam lá, pegando, algumas vezes, lotadérrimos metros e ônibus. Em meio a ver uma quantidade bestilosa de monumentos e coisas antigas, recebiamos cerca de uma hora para irmos nos alimentar da maneira que mais nos conviesse, o que normalmente significava almocar um sanduíche ou uma pizza extremamente baratos, bebericando um refrizinho ou uma birra (isso é italiano para cerva). Aí, se encontrar com a galera de novo, sair pra ver mais coisas de novo, até mais ou menos as 16 ou 17 horas da noite, quando todos os alunos estavam livres para irem fazer o que bem entendessem...

Peraí! Deixar um monte de jovens irresponsáveis saírem por uma cidade grande e confusa, com um tráfego incompreensível e mil formas de violência e assaltos que ainda não foram registrados na Dinamarca, sem a menor forma de controle ou seguranca acima deles? Isto não pode estar certo, pode?

Pode e está! Mais uma vez, a maneira liberal das escolas dinamarquesas se mostra, parecendo totalmente relapsa e desnaturada, em comparacão com a política brasileira de viagens em grupo com jovens, que só faltam amarrar todos os alunos juntos para garantir que ninguém se perca ou faca algo que não deve. O que significa que essa viagem foi os mais extremos da ferocidade bombatrônica radicaliosa que rola neste mundo!!! Podemos, portanto, comecar com causos e mais causos!

Causo Primeiro, No Qual Me Preocupo Excessivamente Com O Bem Estar De Minhas Colegas*: Devo fazer nota de que Roma, em comparacão com a Dinamarca, se assemelha inacreditavelmente muito ao Brasil. Se assemelha tanto, aliás, que no primeiro momento que saímos para caminhar pela rua, senti a necessidade de ligar novamente, pela primeira vez em muito tempo, os meus instintos brasileiros de rua, que se já podem fugir do meu controle de vez em quando, tem essa tendência multiplicada quando no meio de uma cidade grande e desconhecida. Como se isso não fosse o suficiente, logo mais descubro que os dinamarqueses, por sua vez, tem uma falta enorme de assim chamada "street smart", o que é apenas natural quando eles não vivem em cidades cheias de perigos malucos e intermináveis. E se não bastasse, os nossos caros professores-guias, que apesar de bastante sapientes e acostumados aos perigos de Roma por conta própria, não pareciam notar que o resto dos alunos tinha uma perigosa falta destas coisas, e portanto não gastavam tempo nenhum se garantindo que todos estivessem acompanhando o grupo numa boa, o que não é nada demais quando você vai deixar todo mundo andar por aí por conta própria dentro de algumas horas mesmo.

*


A combinacão de todos estes elementos logo fez com que eu fosse da minha maneira "relaxada-mas-com-cuidado" de andar pelas ruas para minha maneira "paranóica-como-a-de-um-americano-que-assiste-tv-o-dia-inteiro" de fazer a mesma coisa. Isso não deu muito certo, porque significou que eu logo mais estava me estressando bastante tentando não só acompanhar o grupo, mas garantir que nenhuma loirinha se perdesse por aí, que ninguém tivesse seus pertences roubados, ninguém fosse vítima de um seqüestro relâmpago, e assim em diante. Não demorou muito para meus e minhas colegas perceberem este meu padrão frenético de agir, e, apesar de no primeiro momento a maior parte das loirinhas achar um tanto gentil e cavalheiristico da minha parte toda essa minha preocupacão, logo logo elas comecaram a ficar de saco cheio, já que mocas dinamarquesas dão muito valor a saberem se cuidarem por conta própria.

Felizmente, com o progresso da viagem, pude não só notar uma melhora considerável na maneira dos dinamarqueses em se movimentar pela cidade, como eu mesmo me acostumei melhor com a cidade, e logo mais pude comecar a melhor aproveitar a viagem, ainda mantendo alguma preocupacão e cuidado para com minhas colegas, mas em níveis mais controlados, onde isto não era compreendido como um tipo esquisito de machismo, mas apenas uma maneira de certo modo charmosa de agir. Ueba!

Causo Segundo, No Qual O Fato De Eu Não Ter Um Papel Na Mão É Algo Impressionante: Pois bem, essa viagem à Roma era, no fundo no fundo, atrás de toda a beberronagem de birras e alegria comunal, uma viagem de estudo, o que significa que haveríamos de aprender alguma coisa enquanto vendo todas essas maravilhosas construcões de um tempãozão atrás. O sistema que se criou para garantir que recebessemos explicacões em cada um dos lugares que visitassemos era um tanto criativo e eficaz: recebemos como trabalho, semanas antes de viajarmos, a tarefa de pesquisar sobre cada lugar onde passaríamos, para quando efetivamente viajando, apresentarmos o que pesquisamos, servindo de guias para nossos colegas por um rápido período de tempo.

Naturalmente, já sendo perfeitamente capaz, hoje em dia, de entender e falar dinamarquês com fluência quase total, não tive o menor medo de também pesquisar sobre um local para mais tarde apresenta-lo. O lugar em questão seria o teatro antigo de Ostia, o que me daria a possibilidade de comparar o teatro romano com o teatro grego, e dar uma boa nocão do que seria ver uma peca de teatro na Roma antiga. Apesar de não estar tão inspirado quanto da vez na efterskole, e apesar de meu tema não ser tão absurdamente interessante ao ponto de atrair atencão por conta própria, apresentei meu tema sem problemas, de maneira concisa, direta e simples. Houve, contudo, um pequeno detalhe que me rendeu muitos elogios depois: o fato de que eu não usei minhas notas em momento algum.

Claro, meus colegas estavam novamente muito impressionados com meu dinamarquês e a minha capacidade de fazer apresentacões na língua, mas isso eles já tinham visto antes e não é mais tão impressionante quanto antes, apesar de eles ainda fazerem questão de mencionar isto de vez em quando. Mas o fato de não usar notas foi impressionante pois de um modo, parecia que eu os havia superado, afinal eles mesmos haviam feito suas apresentacões com suas notas em mão para se lembrarem do que iriam dizer, e eu não precisava delas mesmo quando falando em uma língua estrangeira. Claro, fui o mais humilde e honesto quanto possível, agradecendo profundamente as suas palavras e garantindo que não era nada tão difícil quanto poderia parecer, mas o que estava feito estava feito, e portanto tinha acabado de mostrar, novamente, grande perícia na arte da retórica.

Causo Terceiro, No Qual Achamos Outros Dinamarqueses E Homens De Kilt: Notem que eu não disse antes o que fazíamos durante a noite quando em Roma. Alguns inocentes leitores, que não se acostumaram com a maneira dinamarquesa de fazer as coisas, podem ter adivinhado que dormiamos longamente para ter energias para o dia seguinte, pois andaríamos por quantidades absurdas de tempo novamente no próximo dia. Naturalmente, tais leitores estão completamente enganados. Nenhum dinamarquês que se preze, quando em Roma, vai perder tanto tempo com uma atividade tão não-bombacionante quanto dormir, e portanto, ao invés disso, saímos toda a noite para festar*!

*

E é por isso que o esquisito Benneditto, mais conhecido entre nós como Bennito* (é mais fácil assim pros dinamarqueses pronunciarem) se fez presente logo no primeiro dia em que chegamos no hotel, convidando a todos nós para festar no Julius Caesar Bar, conhecido, durante períodos em que muitos dinamarqueses estão nas redondezas, como Dansk Bar, por ser especializar em tocar sucessos dinamarqueses pra galera bombar que nem em casa. Achei a história toda muito muito suspeita, em especial por causa do fato de que o tal Bennito tinha as manhas de aparecer o tempo todo nos lugares mais inesperados, sempre fazendo a mesma oferta para nós de muita diversão e bombacão em seu bar. Mas como o caro professor Thomas disse que vários outros grupos de alunos já tinham ido lá e nunca tiveram nenhum problema, achamos todos que era tranquilo o suficiente e, apesar de pessoalmente eu achar ridículo ir para uma festa dinamarquesa em Roma, fomos lá mais de uma vez beber bastante cerveja italiana, e tentar ganhar mais bebida ou uma camisa toda bacana do lugar num simples e perfeitamente justo jogo de dados.

*

Então, muita bombacão neste lugar sempre cheio de dinamarqueses e, porque a escócia e a itália iriam jogar uma importante partida de futebol em breve, também cheio de escoceses comédias sempre de kilt, que davam em cima, um tanto envergonhadamente, das várias loirinhas no lugar, sendo várias vezes, senão sempre, rejeitados. Além do que, depois de mais algumas aparicões aleatórias, o tal Bennito também se provou uma figura amigável e engracada, apesar de ele ainda ser um tanto esquisito e meio assustador de qualquer forma.

Causo Quarto, No Qual Minhas Habilidades No Poker Florescem Novamente, Mas Não Prevalecem Ao Todo: Depois de duas noites de agitacão excessiva no Dansk Bar e em outros lugares similares, os rapazes* e eu decidimos que seria uma boa ter uma noite onde pegaríamos mais leve, e nos divertiriamos com uma noitada de poker, que apesar de ser só por diversão, involveria uma pequena quantia de aposta, só para garantir que levassemos o jogo um pouco mais a sério, e assim tivessemos um pouco mais de emocão no negócio.

*
Assim, nos dirigimos ao extremamente simpático e relaxante Jette's Bar, assim conhecido por ser o lugar onde nossa velha e super simpática professora Jette* gostava de passar a maior parte de suas noites em Roma, sendo já conhecida dos três irmãos donos do estabelicimento (que, apenas para constar, se chamava de fato Bar dei Amici). Adicionando um par de mocoilas ao jogo, já que haviam algumas delas que também já haviam festado um pouco demais nos dias passados também, nos sentamos em uma mesa, e fomos ao jogo. Jogavamos pelo direito de ganhar o bolão que acumulamos juntando 1 euro de cada pessoa (7 euros no total), o que não era nada, mas podia pagar uma refeicão baratérrima, o que já estava bom o bastante. Apostavamos, é claro, pedacos de papel picado, o que era de boua.


*

Mais uma vez, fui capaz de demonstrar novamente uma certa capacidade no poker, jogando várias mãos um tanto respeitáveis ao decorrer do jogo, e ganhando muitos pedacos de papel ao longo das várias partidas. Infelizmente, dessa vez, eu tinha um adversário a altura, que responde ao nome de Casper Simonsen. Sim, este rapaz da minha sala era perigoso não tanto por seu blefe, mas sua habilidade impressionante de saber exatamente quando e como apostar. O que significa que, no final, só restavam nós dois. Jogamos longamente sem conseguir chegar a um final, apesar de algumas dramáticas jogados onde apostamos tudo e, contra todas as probabilidades, tinhamos exatamente a mesma mão, e portanto estávamos empatados.

Mas eventualmente, por já não aguentarmos mais jogar, decidimos que quem terminasse com mais "dinheiro" nas próximas três mãos, levaria o prêmio, o que foi péssimo para mim, porque estava com menos dinheiro, e portanto tive que fazer várias apostas descuidadas na esperanca de ganhar. Claro que isso significou que, bem na terceira mão que decidiria o jogo, ele me limpou por completo e foi assim, o ganhador. Mas foda-se, pois foi divertido que só, e justamente como o grande Diogo Ogro disse em seu espetacular blog, vale toda a pena gastar um pouquinho de dinheiro para ter uma noite de diversão selvagem com estrangeiros bacanas.

Causo Quinto, No Qual Demonstro Toda Minha Capacidade Com Línguas De Maneiras Não-Sexuais: Vamo lá, falta pouco! Este foi um evento um tanto simples, no qual eu, enquanto acompanhando um pequeno bando de mocinhas de maneira perfeitamente cavalheira, posso impressiona-las novamente, desta vez com meu incrível "italiano", ou "portuliano", ou até mesmo "portunholiano". O problema era simples: uma jovem e simpática atendente de uma loja de perfumes, apesar de toda a sua boa vontade, não conseguia compreender a pergunta que uma das loirinhas fazia a ela. Pedindo a licensa da loirinha, repito a pergunta à atendente, mas dessa vez em bom e compreensível "língua genérica descendente do latin". Ela, naturalmente, entende na hora, e me usando como interprete, as mocas logo são capazes de chegar a um acordo. As loirinhas estão satisfeitas, a atendente está aliviada, e meu charme latino está a toda! Sucesso total!

Como se não bastasse, mais tarde no dia, no bom e velho bar da Jette, tenho a chance de ajudar duas mochileiras espânicas a achar a cerveja que procuravam em "perfeito" espanhol. Mais um par de mocinhas que devem um pequeno favor a minha língua mágica, ora pois, tudo certo aí!

Sim, acredito que este foi o grosso das minhas aventuras em Roma. Claro, existem milhares de pequenos detalhes que não dá pra cobrir, já que este post já está em tamanhos marasmatrônicos do jeito que está, mas estes a gente releva.

PARABÉNS! Você chegou ao final! Sinta-se muito à vontade de comentar algo a respeito de toda essa lambaca aí que você leu, nem que seja rapidinho, já que depois de tanto ler seus olhos devem estar cansados. Obrigado e boa noite!

Wednesday, March 21, 2007

Bem, acontece que eu estou bastante ocupado durante essa semana, ocupado demais para sequer pensar em fazer um post de verdade, e também o estarei durante o próximo fim-de-semana e a próxima semana, e se tudo der certo, a próxima semana de novo. Mas vou contar rápidamente o que está rolando para que vocês não achem que eu sou só um preguicoso nasalar que não quer fazer nada de útil com a sua vida, como por exemplo contar suas aventuras de preguicoso para seus amigos.

Para explicar porque estou ocupado essa semana, vou dizer que estou escrevendo de um computador que fica muito mais ao sul (em padrões dinamarqueses) de Fyn do que eu costumo estar, numa pequerruninha cidade chamada Bjerne, num modestamente grande ex-asilo, que a tempos virou uma escola com pessoas radicais e alternativas, onde todos passamos o dia inteiro juntos em comunidade, e não voltamos para casa durante a semana inteira.

Para explicar o porque estou ocupado nesse fim-de-semana, vou dizer apenas que estou convidado para uma festa com a galera da escola de pessoas radicais e alternativas, tenho o musical do caro bróder Simon para ver, e tenho um avião a pegar.

Falando no avião, semana que vem estarei ocupado porque estarei em Roma, com a galera da minha sala de sempre (aquela que tem pessoas não tão radicais e alternativas, mas que também são jóia), falando muito italiano, comendo muita pizza e gritando "SPORCAZZIONE!!" para tudo e todos.

E quando eu voltar, é férias de primavera, que eu espero que também cheio de alegria e diversão, de um ou outro tipo. Se não for, também foda-se, vou estar com preguica demais para escrever para vocês malandros.

Então, vai demorar um pouco para eu poder realmente escrever uns capítulos por aqui, mas eu garanto que quando eu de fato tiver a oportunidade de escrever, vai valer a pena!

Falous galera! Curtindo e rolando 4 life! Rofl'zors! Kærlighed til folket!