Monday, November 20, 2006

Bem, vamos lá, estive em um jogo de futebol, estive em pecas de teatro do colégio, estive em hospitais (em parte por estar no jogo de futebol) tomei muita penincilina e outros remédios. Então acho que está em boa ordem contar minha saga de doente, apesar de ela ainda não ter terminado e eu ainda estar perdendo aulas para repousar e ver se eu melhoro de vez dessa porcaria de pneumonia idiota. Enfim, em frente:

Capítulo XVII: Futebol de Merda.

Não sei se mencionei antes, mas o Lukas é um jovem do futebol. Ele joga futebol num clube e faz parte do time de jovens jogadores, ele vê jogos de futebol na tv quando pode e está no geral contente em ver e participar de qualquer coisa que tenha a ver com futebol. Isso rendeu a ele, e aos companheiros de time dele, a oportunidade de serem "garotinhos-que-entram-no-estádio-segurando-a-mão-dos-jogadores-pra-garantir-que-eles-não-vão-se-perder-ou-sei-lá". E naturalmente, toda a família que estava desocupada no domingo, ou seja, todo mundo menos o Simon que estava praticando para a peca ou sei lá, tinha que ir lá e ver esse evento fenômenal (ironia). Então pegamos nossas bicicletas, saímos na desgraca do frio infeliz que estava fazendo lá fora, e fomos para o estádio, que não era nada mais que uma pedaladinha de meia hora. Notem que eu já estava doente à essa altura, mesmo porque isso foi depois do Herrefrokost, então vocês podem imaginar como foi "divertido" pedalar meia hora no frio.

Mas tudo bem, tudo bem, chegamos lá eventualmente. Não tinhamos mais que pedalar, mas ainda estávamos naturalmente no frio. E logo mais descobrimos que não tinhamos todos nós lugares onde o Lukas ia se sentar depois do jogo. Lone encarregada de tomar o único lugar garantido que tinhamos, e logo mais eu, Ole e Frederick estávamos correndo atrás de ingressos. E putaqueopariu, que bagunca que isso foi. A princípio, só pegamos lugares quaisquer. Mas aí aprendemos que podiamos pegar lugares para o lugar onde o Lukas e a Lone ficariam. Mas aí já tinhamos ingressos e portanto, precisavamos trocá-los. E pra trocar ingresso, vá-te a merda, é enrolacão que não acaba mais. Depois de muito vai e volta, volta e vai, gira um pouco, vai um tanto volta dois tantos, de algum jeito arranjamos a porcaria dos lugares perto do Lukas e da Lone. Então tá, beleza, sentamos, ainda no frio é claro, e ficamos esperando o jogo comecar. Não sei quanto tempo de fato demorou pra o negócio comecar, mas pra minha percepcão de tempo no momento, demorou uma eternidade e um pouco mais. Mas comecou algum dia, e tadááá!! lá estava o Lukas guiando um jogador para o campo! Viva! Que momento mágico! Que experiência especial! Que frio do caralho, porra!! Viva!

Tá, tá. Frio do caralho a parte, pelo menos talvez a gente fosse ver um jogo de futebol legal. Afinal, era um jogo profissional no estádio e tudo mais, certo? Os times deviam ser bons, certo? ERRADO!! Uma penca de pernas-de-pau, é isso o que eram, o que garantiu um jogo mais devagar que uma lesma velha e senil andando contra o vento forte sem a menor pressa. Tudo o que eu queria! (ironia ironia) Então em suma, eu estava sentado num frio do caralho, vendo um monte de perna-de-pau chutando a bola daqui pra lá, de lá praqui, sem chegarem nem perto do gol, enquanto estava doente e cansado. Dá pra ficar melhor que isso? Sim! Adicione chuva e vento à mistura e voilá!!!

Felizmente, algum dia o idiota do primeiro tempo acabou, e assim que eu aprendo que a Lone está indo para casa, não titubeio nem por um pequeno momento e vou com ela. Mais vinte minutinhos de pedalada no frio (estávamos ansiosos para chegar em casa), voltamos para casa e prontamente acendemos a lareira e fizemos um cházinho, que eu não sei se vocês lembram eu ter mencionado nos comentários do post passado, mas era um cházinho, digamos, turbinado, para esquentar mais rápido.E ficamos bebericando chá e conversando e ficando no geral felizes que desistimos do jogo por um bom tempo, até o resto da casa voltar do que restou do jogo, durante o que eles tiveram a oportunidade de presenciar um gol... do time adversário. É, ficamos melhor em casa.

Capitulo XVIII: Klokkeren fra Notre Dame

Pois é, finalmente a semana da apresentacão veio. Depois de tanto trabalho, dava pra sentir a agitacão e o nervosismo do Simon na quarta, enquanto ele perambulava a casa empersonando (isso tá certo? sei lá) o destemido Capitão Phoebus, ou como nós preferimos chamá-lo, Phoebøsse, o que agora eu percebo ser uma interna dinamarquesa, mas ainda faz sentido quando o 'Fessor Danilo explica que Bøsse é, digamos, frutinha em dinamarquês. Não garanto que eu escrevi isso direito, é só assim que eu imagino que se escreve.

De qualquer jeito, bobagens a parte, quinta-feira a família toda foi ver qual foi o resultado de tanto trabalho e ensaio. Eu deixei bem claro que não pretendia perder isso, então fui também. Felizmente a Lone concluiu que estava frio demais para eu ir de bicicleta, e assim me poupou uma curta mas mesmo assim desagradável pedalada no frio, e fomos de carro, apesar de que a volta que tinhamos que dar era ridícula. Mas tudo para não pedalar no frio doente.

Enfim, enfim, chegamos na escola, com bastante antecedência, para poder pegar bons lugares, perto do palco. E assim o fizemos. Isso não impediu dois caras altos e extremamente cabecudos* de se sentarem exatamente na minha frente, como não podia deixar de ser. Mas tudo bem, isso é algo que qualquer bom frequentador de shows, pecas, filmes e afins já está acostumado, e já desenvolveu técnicas para conseguir ver, de algum modo místico e mágico e misterioso, através das cabecas enormes que se colocam em nossos caminhos. O que foi muito útil, pois logo mais a peca estava comecando e eu tinha que ver o que rolava. Já de cara uma colega de classe minha entra cantando** depois de uma curta introducão do "cigano-de-cabelo-espetado-punk", e carambolas, eu não sabia que ela cantava tão bem. Ela ainda está looooooonge de ser profissional, é claro, e até eu consegui sentir umas desafinadas aqui e ali, mas mesmo assim, caraio fí, não esperava nada tão bom dela, me surpreendeu e me agradou.

*


**


Pouco depois nos aparece o bom e velho Quasimodo, cujo ator eu conheci um dia que ele veio aqui em casa ensaiar com El Simon. O que significou que pouquissmo depois, mais dois colegas meus, como dois dos gárgulas de pedra*** amigos de Quasimodo, dão as caras. E eu tenho que dizer, os papéis serviram como luvas para eles. A melhor parte é que um dos meus colegas que estava representando era o... ahm... colegialmente famoso Dmitri, o russo com uma risada muito muito muito estranha e engracada, e ele teve a oportunidade de rir no palco depois, o que foi muito muito engracado. E depois entra em cena o bom e velho Simon, com uma fantástica barba e bigode pintados (tinha um monte de gente com isso, incluindo algumas meninas que estavam representando homens, mas pra mim a do Simon estava um tanto mais... prominente), esbanjando toda a confianca e sapiência do incrível capitão Phoebus. Sim, um tanto engracado de se ver, o meu irmão atuando por aí e tal, mas acho que foi sorte grande ele não ter cantado em nenhum momento. Seria engracado, mas só até o tímpano de alguém explodir, eu acho. Falando em sorte, eu não tive nenhum ataque de tosses nojentas no meio da peca, então isso foi muito positivo!

***


Enfim, resumindo, a peca não foi nem metade de tão profissional quanto Svinedrenge, ou quanto o Blues Brothers, mas foi de boa qualidade do mesmo jeito. Nenhuma atuacão espetacular, mas envolvente o suficiente do mesmo jeito. E com certeza, ver rostos conhecidos entre os atores sempre dá um gostinho a mais pro negócio.

Como por exemplo, ver o rosto conhecido do bom e velho Marcos cantando Robocop Gay deve ter sido realmente especial. Ainda não acredito que perdi essa, hehehe, me lembrei na hora disso quando voltei pra casa. Ah! Ah! Vale lembrar que eu conversei um tantinho com duas loirinhas da minha sala no breve intervalo que teve pra gente beber refrigerante, o que é importante para mim já que, desde minha doenca, eu não tenho conversado tanto com as loirinhas. Minha casa, minha prisão!



É... não estou com paciência de escrever sobre o hospital agora, então fica pra depois ou pra nunca, dependendo do meu humor. Sem falar que eu recebi presentes do pessoal da minha classe agorinha mesmo com cartãozinhos de melhore logo e tudo mais, então quero ver de qual disso. Então fico hoje por aqui, muito grato pela atencão, espero que todos tenham uma boa semana e que ninguém pegue pneumonia porque não é divertido.

PS: Eu avisei que as fotos tavam uma merda. Depois eu arrumo no mínimo pra ficarem de cabeca pra cima.

Saturday, November 11, 2006

Um breve ensaio na medicina caseira nórdica:
de Danilo Furtado

Um ano de intercâmbio é a princípio, um ano de aprendizado e crescimento, e de fato, se aprendem muitas coisas, até mesmo quando se está doente. Aliás, ficar doente em si é, por que não, um próprio propulsor de novas descobertas. Estive, de fato, e ainda estou um pouco, desagradavelmente doente desde terca, a maldita terca, onde todo meu sofrimento e desconforto comecou, e estar desagradavelmente doente significa que de fato, você não está numa posicão de doenca agradável: afinal, eu só me apercebi de minha enfermidade quando já estava na escola, então não tive a oportunidade de matar aula, e nos dias seguintes, estava tão debilitado que nem sequer pude aproveitar o minímo de minhas manhãs sozinho em casa, nem mesmo para dormir.

Bem, a família, naturalmente, tomou nota desse fato, e logo mais queriam me ajudar com remédios caseiros para me fazer sentir melhor ou me curar. A primeira coisa que se apresentou foi de fato, um belo chá de camomila, o que de fato cai muito bem, e ajuda bastante a combater o frio desgracado que ajuda a doenca a me abater. Este foi o remédio curadouro de Ole, que enquanto desprovido de experiência médica é provido de experiência... uhm... bem, ele é um cara legal.

Já a Lone, que já trabalha no hospital como enfermeira há anos, e definitivamente estudou exaustivamente para conhecer enfermidades e como combatê-las, bem, o remédio dela é foi um tanto menos convencional. E talvez um pouco menos sano. Acho que minha mãe (a biológica) vai perder um pouco de sua enorme confianca nela depois dessa. O remédio da Lone era nada mais nada menos que que virar uma pequena dose de uma bebida alemã com não mais que 80% de teor alcoólico. Puxa vida, agora isso sim foi uma alegria! Acho que não há nada mais que eu queria no mundo que beber alcóol quase puro de virada! Realmente especial! Notem que estou falando isto com grande ironia, porque isso é ruim pra cacete. Mesmo assim, parece-me, ajudou um pouco a me sentir melhor depois.

Capítulo XVI: Herrefrokost

Apesar de minha já mencionada doenca e do frio absurdo que fazia, eu estava de fato andando de bicicleta por aí afora. Não sem objetivo, é claro, eu não sou nenhum suicida ou idiota. Estava rumando para o exclusivissimo jantar de 18 anos de meu colega de classe Troels, que prometera haver muita música boa, comida as favas, bebidas e diversão. Antes que eu pudesse chegar na casa de meu colega, contudo, eu estava naturalmente fadado a me perder. Eu já tinha ido lá antes e chequei o caminho no mapa, mas nada disso consege impedir a minha incapacidade mental induzida de me levar a lugares errados, me levar levar a lugares quase certos para me virar ao redor e me levar a um outro lugar errado, e assim em diante.

Depois de uns 45 min. de pedalar cansado e com um frio do caralho, finalmente consigo achar o lugar, e logo mais estou já mais aquecido lá dentro, cumprimentando os outros seletos convidados e tudo mais. Note-se, que, entre os seletos convidados, não se incluem loirinhas. Isto aqui se tratava de um Herrefrokost! Aliás, está numa boa hora do 'Fessor Danilo explicar: Herre significa senhor, ou seja, não uma senhora. Já Frokost é jantar. Ou almoco. Ou... algo assim. Uma refeicão. Logo, era uma refeicão para senhores.

Naturalmente, apesar de sermos todos jovens intelectuais e sofisticados, ainda eramos mais jovens e comemos com voracidade e vontade. Ou melhor, eles comeram com voracidade e vontade, já que meu estômago de enfermo não me permitia todo o prazer da comida, que aliás, era digna de nota, pois era o mais clássico da comida dinamarquesa. Sim, era de fato, rugbrød, ou pão-preto que realmente não é tão bom (pra não dizer que até você se acostumar, é muito ruim). Mas não é o rugbrød que importa, são os frikadella (ainda descubro como se escreve o nome desse diabo), os peixes temperados, as cebolas e beterrabas, e todas as maneiras esquisitas mas estranhamente boas de se combinar essas coisas.

Enfim, depois de comemos, ainda passamos um booooom tempo curtindo músicas bacanas, jogando um torneio de totó, e simplesmente nos divertindo por lá. Eu só fiquei com pena que era impossível eu falar mais de duas sentencas sem comecar a tossir tresloucadamente, já que tinha muita gente fina lá e eu queria ter conversado mais com eles.

Bem, eventualmente, a galera comecou a ir embora, e mais tarde que cedo, eu fui também. A volta para minha casa foi tão estúpida e desagradável quanto a ida. Aliás, um pouco mais. Em adicão do simples me perder, ainda tive as manhas de acertar um desses muros-vivos-de-plantas, o que apesar de não ter sido nada sério no momento, está me rendendo uma dorzinha no ombro direito que me irrita um tanto.

Apesar de todas as coisas que foram errado, ainda sim valeu toda a pena e foi uma ótima noite com bastante diversão e música boa. Ah sim, e vale mencionar, agora sim eu entendo de onde os dinamarqueses tiram fama de beberrões: os cara beberam MUITO! Quantidades realmente absurdas de cerveja, digno de respeito, de fato. Se não ficou óbvio, eu não bebi porque ainda estava doente e com um estômago não amigável.

Bem, é isso. Hasta!

Wednesday, November 01, 2006

BABOLAGEM DESENFREADA DE CRIANCA FELIZ ALEGRIA GERAL LOL ROFL LMAO OMFG STFU NOOBZ!!!!!!

Nevou hoje!! Nevou hoje!!! Whooooo!! Me senti uma crancinha feliz saindo no meio da aula de história para ir ver neve, por mais que fosse só uma porcaria duma neve lambuzenta misturada com chuva, porque forda-se mil vezes, essa parada de neve é campenguissema!! Claro, eu repeti a dose quantas vezes eu pude nas outras aulas, para a minha alegria geral!

Err... é só isso mesmo... acabou. Té a próxima!