Tuesday, May 29, 2007

To: Galerinha de du mal

From: Hubert, o amigo corcovado


Capítulo XXXIX: Um Relato De Ilhas Distantes Contado Sem Oracões Subordinadas Ou Sujeitos.

Acordar. Comer café-da-manhã. Andar. Comprar alguma comida para uma viagem.

Fazer malas.

Esperar.

Andar de bicicleta até a estacão.

Esperar.

Pegar um trem. Jogar cartas com desconhecidos. Ver uma "menina-joaninha" (que até era gatinha [fazer piadas infames agora!]). Ver caubóis e gente com perucas. Rir!

Ouvir "jutlândes". Rir!

Pegar uma balsa. Ouvir metal. Ouvir Madonna. Comer gummy bears: Prazer!

Pegar um trem. Fazer piadas. Rir!

Encontrar seu "irmãozinho". Encontrar seus "pais". Ver uma cidade rústica destruída.

Jantar. Jogar Uno. Jogar Xadrez. Jogar Super Trunfo. Ler. Conversar. Rir. Dormir.

Acordar. Comer café-da-manhã. Enrolar.

Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar.

Ver uma praia lascada na chuva.

Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar.

Ver um cinema minúsculo desatualizado. Ficar sedento. Ouvir seu irmão dizer que esqueceu o dinheiro. Decepcão.

Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar.

Ter dores horrorosas na bunda. Reclamar. Cochilar. Jogar xadrez. Jogar uno. Jantar. Ler. Dormir.

Acordar. Tomar café-da-manhã.

Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar.

Ver aguá suja evaporando. Ver montes de sal. Ver campos inundados de uma torre de madeira.

Pedalar. Pedalar.

Tomar um refrizinho com os bróders. Comer uns chipzinhos com os bróders. Ver o "bróderzinho júnior" dancar biboladamente.

Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar. Pedalar.

Arrumar a casa. Lavar pratos. Empacotar pertences. Entrar no carro. Se mandar.

Ver um "Forrest Gump". Assistir Shrek 1. Assistir Shrek 2. Chegar em casa.

Okei! Aí então está minha saga em Læsø contada de uma maneira artística/preguicosa/besta, já que realmente é difícil pensar em detalhes e outras coisas engracadas de se escrever aqui acerca dessa visita à ilhazinha. Adianto, já desde agora, que as mentes pérfidas de alguns leitores vão criar uma versão distorcida de minha história a partir de certos detalhes, como a parte na dor na bunda. Garanto que se trata de algo infinitamente inocente, mas sei que agora já tá tarde e que a merda que se tinha para pensar, já foi pensada, então é melhor simplesmente deixar para lá.

Coisas mais emocionantes vem mais tarde, eu espero.

Monday, May 21, 2007

And now, for something completely different...

O meu tio Badolé me deu um banjo. O banjo se chamava Julio e passava os dias correndo atrás de seu próprio rabo, pois ele achava que era um cachorro. Seu melhor amigo era o tridente Faisão, que achava que se ele falasse o nome dele três vezes, faria cocô nas calcas.

Se bem que... talvez isto não esteja certo... Depois de tantos dias perdido e trancafiado neste masoléu maldito, posso já ter perdido minha sanidade. Não seria tão ruim se as paredes parassem de olhar para mim com esse sorriso sádico... Mas elas não param... Elas estão sempre atentas, alertas, atentas, alertas, atentas, alertas...

**::Julio::** says:
like, dude, wtf is wrong with him today?
Faisão -rocken'roll allnight!- says:
dunno... i've alwys found that the walls are very nice people, lookin' after us n all
Faisão -rocken'roll allnight!- says:
but then again, sometimes they do look pretty fixed at my crotch
**::Julio::** says:
lol, i do that too!

Capítulo XXXVII: Que Teve Uma Introducão Um Tanto Esquisita

Nada de aulas na quinta e na sexta significa, necessariamente, que um cara como eu tem que ir para uma festanca para curtir e tal all night long! Entendam que um cara como eu é um cara que está absurdamente desesperado para aproveitar o pouco tempo que ainda lhe resta nas fantabulosas terras da Dinamarca. O que significa que esta festa, então, era uma festa dos intercambas!!

Festa de intercamba, contudo, conta com um pequeno problema: ela necessariamente se acha nos confins do mundo, pois é apenas no meio do nada que nós, pobres criaturas, conseguimos arranjar espaco para bombacionar tudo até não poder mais! Isto na verdade é meio mentira, mas não era desta vez, então continuamos com a pequena questão de chegar no lugar em jogo. Exceto que na verdade não, pois a dona da festa, a já conhecida, gracas ao famoso capítulo XII, Jessica, tomou o cuidado de planejar como poderia se chegar naquele fim de mundo que é a casa dela. Desde que soubessemos sozinhos chegar à estacão de Odê, tinhamos todas as instrucões a partir de lá, e a primeira dessas é "pegar o ônibus no. não-sei-quanto às tantas horas".

Isto significa que, na batida das tantas horas, lá está uma pequenina horda de intercâmbistas, prontos para festar e já curtindo numa nice, felizes e alegres em se ver novamente depois de meses sem a companhia um dos outros. E é óbvio, toda essa alegria e felicidade é tão forte que nos forca a conversar freneticamente sobre tudo o possível, sem nem mesmo conseguirmos desviar a nossa atencão de nossos colegas por tempo o suficiente para entrar no ônibus. O que é realmente algo estúpido, já que logo mais, este comeca a ir embora sem a gente! Claro que, vendo isto, todos acordamos repentinamente e percebemos que iriamos perder o ônibus, e pedimos para entrar.

Depois de alguma confusão com uma motorista xarope, uma andadinha de ônibus, e uma andadinha de carona, estamos no local da festa! Ainda com muita curticão intercambial, agora com a adicão de alguns e algumas dinamarqueses, que a galera comecou a conhecer e tal. Bem, então damos uma sentadinha, comemos uns chips, depois jantamos, depois conversamos um pouquinho mais e tal e coisa. Mas aí, depois dessa enrolacão toda, tá na hora de por gás na festa! Abre-se o bar, espalha-se a cerveja e os drinks, e tasca-lhe tecno ruim!

Bem, quando eu disse que rolava uns dinamarqueses que a galera comecou a conhecer, isso também quer dizer que rolavam duas loirinhas de alto nivel com quem comecei a conversar e, com a prensenca dos outros homens para ficar dando pilha e fazendo pressão social, dar em cima. "Aha!" certamente pensarão alguns "Me lembro bem do Danilo ter mencionado que rolou azaracão e pegacão quando ele comentou esta festa na última postagem! Tem coisa vindo aí!". Bem, de fato, como dito, azaracão teve bastante, o que realmente não devia ser mais surpresa para ninguém, pois já não foram poucas as vezes que azarei por aí aqui na Dinamarca. Mas também não deve ser surpresa que eu não peguei ninguém, por que também, não terá sido a primeira vez que minhas azaracões não deram certo!

Não rolar a pegacão para mim não foi falta de boa vontade e esforco. A triste verdade se revela de que dinamarquesas não são tão fáceis assim, já que não só eu, mas também os outros brazucas e latinos da festa, falharam em seduzir as loirinhas antes de elas irem embora um tanto quanto antes da festa terminar, ou sequer comecar a terminar. O que significa que já não se sabe mais do que se trata toda a pegacão previamente mencionada. Ah, bem, na verdade se sabe sim, acho que todos sabemos que não se junta um monte de intercambistas bêbados em uma sala sem que comece a rolar um clima de "love".

É aí também que rola a parte meio zela da festa. Pois bem, depois de tentativas falhas de azaracão, me descubro relativamente sóbrio no meio de uma festa onde todos estão ou irremediavelmente bêbados e se pegando loucamente, ou irremediavelmente bêbados e desmaiados ou vomitando. Então sou forcado a passar o resto da noite falando com as poucas pessoas conscientes que não estavam com a boca ocupada, ajudando a limpar vômito de todos os lugares palhas possíveis (como por exemplo de dentro dos sapatos da galera), e correndo no mato com uma galera aí que queria correr no mato sem nenhuma razão específica.

Ah, okei, acho que estou reclamando demais. Foi na verdade um tanto divertido, já que, quando as pessoas paravam de enfiar suas línguas uma na garganta das outras, deu pra ter umas conversas legais e ouvir umas histórias engracadas, dancar com meninas bonita e falar um monte de besteira. E o negócio de correr no mato foi mais divertido do que parece. Mas enfim, assim foi indo, até meis ou menos umas 6 da manhã, quando quase todos estavam desmaiados em todos os lugares possíveis. Eu, por outro lado, não estava desmaiado em nenhum lugar, o que significa que eu não tenho, em absoluto, nenhum lugar onde dormir propriamente. Então, depois de me preparar uma pseudo-cama um tanto quanto desconfortável, fico tentando descansar ou dormir o quanto possível, conversando eventualmente com as pessoas aleatórias que não estavam desmaiadas, até às 9 da manhã, quando todo mundo meio que acorda de repente para curtir um pouco mais e, quem sabe, voltar para casa, porque não?

Pois então, depois de um powers-breaksfasts, a parte latina da galera* se manda de novo para pegar o ônibus até Odense. E ora bolas, se já estavamos em Odense, por que não dar uma caminhada por aí e curtir a cidade, antes de nos separarmos novamente? Sim, adicionando-se mais uma galerinha à nosso grupo, saímos para vagar em Odense, comer um "kebab" extremamente ruim, naturalmente recomendado pela brasileira meio "durh" que mora aqui também, e visitar a casa do H.C. Andersen, só curtindo o tempo bom e a boa companhia, também numa nice. Depois de muita enrolacão com a galera, esperadas na estacão de trem, despedidas e diversão, finalmente chego em casa, as 4 horas da tarde, momento a partir do qual meu grande desafio para o resto do dia é me manter acordado até ir dormir cedo o suficiente para me mandar para Copenhagem de manhã cedo no dia seguinte. O que aliás é o tema do próximo capítulo!

*



Capítulo XXXVIII: Nas Palavras do Grande Sábio Forrest Gump, Em Versão Traduzida Por Mim A Pedidos do Freds - Merda Acontece!

Ainda meio detonado da maratona descrita no capítulo passado, me levo até a estacão de trem novamente, com minha querida bicicletinha, impulsionado tão somente pelo desejo de dar uma curtida bacana em Copenhagem, onde encontro uma pequena penca de italianos e outros amantes latinos que também se dirigiam para lá, também detonadinhos mas também inspirados com um dia de diversão que nos esperava pela frente. Com a galera reunida**, nos mandamos no trem onde já comecamos as boas vibracões do dia com conversas animadas, comentários e piadas a respeito da festa do dia anterior, complementados por várias fotos da mesma, para dar aquela refrescadinha na memória e aquele gostinho bacana de "quero-mais-farra". Assim, chegando em Copenhagem, estamos em alto ânimo, mesmo quando pegamos o ônibus errado, que com sorte, dessa vez, tinha um motorista gente boa que compartilhou nosso bom humor achando muito engracado nosso erro. Depois de uma rápida troca de ônibus, chegamos finalmente no que era nosso objetivo, e o motivo porque tantos intercambistas aleatórios haviam se mandado para a capital da Dina: o Jubileu de 50 anos do AFS! Tchanams!

**
Sim, tal qual meu irmão, também tive a sorte de parar num país que comemorava aniversário de AFS, que significa necessariamente algum tipo de evento para juntar a galera e curtir. Havia quem esperasse uma grande festa, ou pelo menos uma grande reunião, com comida e bebida às favas, e com um pouco de sorte, talvez uma ou outra surpresa aleatória de natureza desconhecida. Bom, foi "quase" isso, só que ao invés de comida e bebida às favas, só rolava um pãozinho com manteiga e chá que não era nem o suficiente para uma de nossas reuniões regionais, e de surpresas aleatórias de natureza desconhecida, só rolou uma apresentacão Thai, que por não ser no estilo Ong-Bak, não foi extremamente ferociosa. Ah sim, que tolinho, quase me esqueci, também rolou um MEGA SHOW BOMBACIONANTE WHOOO WHOOO***!!

***
Errh... Okei, isso é um certo exagero. Não foi mega, não foi bombacionante o suficiente para receber dois whooo's, e definitivamente não foi animal o suficiente para se escrever em caps lock. Mas nem por isso não foi fera! Sim, havia, de fato, uma bandinha bacana aí, que por mais absurdo que seja, tocava uns tecno-dances, mas tudo bem, porque eles só mandavam as tecno-dances ferozes (talvez eu tenha perdido a sanidade, depois de tanto tempo numa terra onde Basshunter é algo mainstream, e ache que tecnos-dances ruins sejam ferozes, quem sabe?) e a vocalista cantava extremamente muito bem, além de ser gatinha! Bem, se juntando as boas vibracões da banda com as boas vibracões da galera intercamba, logo mais nos achamos numa super bacana dancaria internacional****, mesmo sendo no meio do dia, do lado de fora, no meio da chuva e do tempo ruim! Alegria generalizada total, com ainda mais alegria por ter a chance de rever galera que não se via desde o primeiro acampamento! Curticão total*****!

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*****

Mas, como tudo que é bom acaba, a banda acaba em breve seu show e o AFS comeca a desmontar o palco e as tendinhas que eles tinham instalado, e depois de uma breve cantoria mal cantada mas extremamente bonita de qualquer jeito dos italianos, o evento está terminado. A partir daí, bem, éramos um grupo extenso de jovens numa cidade grande e desconhecida, com uma sede de aventura incomparável. Estava portanto, na hora de vagarmos aquela cidade até ela não aguentar mais! Vagando e aprontando, pegando metrôs e ônibus, conversando e zoando, andando e cantando, fomos todos nós por aí. Naturalmente, como era um grupo grande, nos dividimos de acordo com nossos interesses diferentes, e nos espalhamos pela cidade, eu andando com os brazucas. E, porque não, falando em brazucas, mais brazucas!

Sim, esbarramos em um casal de brasileiros, que também moravam na dinamarca, e eram conhecidos de um dos caras de nosso grupo. Um tanto simpáticos e, como qualquer pessoa legal que se preze, sempre disposta a parar um dia de turistagem animal para conversar um pouco com uma turma de brasileiros aleatória, eles nos contam que, de todas as coisas possíveis que poderiam estar acontecendo em uma das pracas mais importantes de Copenhagem, naquele exato momento o que estava rolando era um ensaio de uma escola de samba! Uou! Claro que fomos atrás de ver isso, pois não poderiamos perder a oportunidade não apenas de ouvir música brasileira e ativar aquele tantinho de patriotismo que temos, mas também de ver como é que dinamarqueses se viram tentando dancar samba******!

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Também fiz um vídeo rápido de qualidade duvidosa que está aqui: http://www.youtube.com/watch?v=fdMey-0-E5Y



E sim, fazendo uma barulhada extrema enquanto atravessando às ruas, atraindo toda a atencão para si, para o desespero dos outros artistas de rua que não estavam lá muito animados com essa competicão injusta, acompanhamos de perto o ensaio desta escola de samba, ao mesmo tempo que passavamos em várias lojas de souveniers para ver se arranajavamos coisas bacanas para comprar e tal. Como consumidores atentos, passamos em todas as lojas de souvenirs antes de nos decidirmos ir comprar em uma específica, mas esse infelizmente foi nosso grande erro, pois quando finalmente vimos todas, elas comecaram a fechar e não conseguimos comprar nada.

Bem, é a vida! Com as lojas mais interessantes fechadas, e com as pernas cansadas de tanto andar, somos forcados a dar uma sentada no meio de uma outra praca grande, e ficar relaxando, o que dá muito certo, pois repentinamente os nossos "hermanos", os outros intercambas latinos, assim como o grupinho Austrália/Nova-Zelândia, dão as caras lá, e podemos sentar todos juntos e combinar a programacão da noite juntos, enquanto curtiamos o tempo bom e proseavamos. Depois de bem duas horas de preguica de se levantar daquela praca, finalmente resolvemos ir adiante, e dessa vez eu vou-me acompanhando o grupo latinos/australiana/novo-zeolandeses, junto com uma única outra brasileira que também estava mais afim de andar no grupo novo. Depois de mais caminhadas e um jantar, já está bem na hora de comecarmos a bombacionacão da noite. Então, para a alegria da australiana, vamos para o famoso Australian Bar, popularmente conhecido como A-bar!

Pois então, é agora que eu quero chamar novamente a atencão de vocês para o título deste capítulo. Não sei quem notou, mas o título deste capítulo, resumido, é "Merda Acontece", que é a traducão do termo "Shit Happens", que normalmente se usa quando coisas ruins que não podem ser evitadas acontecem. Assim, a partir deste momento, a merda vai acontecer, apesar de que ninguém perdeu o bom humor enquanto ela acontecia. Dito isto, vamos em frente.

Pois bem, vamos no bar então, e curtimos um pouco jogando bilhar, dancando, bebendo de leve e proseando. O problema vêm quando o pessoal comeca a decidir ir para casa, o pessoal sendo mais especificamente quase todos os brasileiros. Para eles, voltar para casa era a simples tarefa de pegar um ônibus, já que todos estavam ficando na casa de um deles que morava por perto. Para mim, que não consegui arranjar onde ficar, já que todas as casas de todas as pessoas já estavam cheias, a tarefa era pegar um trem, que é algo um pouco mais complexo à noite. Ou aliás, na verdade nem o é, mas se tornou. Compreendam que já a meia-noite eu estava com uma boa vontade de voltar para casa, ainda um tanto estrupiado da festa de quinta. Mas, perguntando no bar, descobri que o último trem que ia para Odense aparentemente já havia partido, o que era uma grande merda pois assim só os deuses sabiam quando é que o próximo ia passar. Mesmo assim, eu e o outro brasileiro, que também tinha que pegar um trem para voltar, vamos junto com os outros brazucas para a estacão, para checar os horários dos trens.

E que surpresa! Tinha um trem partindo em dois minutos, estavamos salvos! Ou... será mesmo? O grande e poderoso Deus da Merda que Acontece, soberano de todos os defeitos, falhas, incompreensões e atrasos, decide que este não seria o trem para nós. Assim, o cartão de crédito de meu colega falha horrivelmente na tarefa de comprar um bilhete, e achando palha deixar o cara sozinho perdido na estacão, perdemos ambos o trem. Mas, sem desespero, ainda havia um trem saindo às 2 da manhã, o que não é exatamente o mais legal, mas estava longe de ser a pior hipótese. Bem, sem vontade de passar 2 horas esperando na estacão, damos uma ligada para os latinos, para descobrir onde estavam e nos encontrarmos com eles. Acreditando que seria em um lugar bem pertinho, vamos atrás deles com as instrucões pouco especificas mas suficientes para se achar o lugar em que estavam.

O lugar bem pertinho era um mais ou menos longe, mas tudo bem, descobrindo que eles também estavam de caminho para casa, daria seguramente tempo de chegarmos na estacão e pegarmos o trem todos juntos. Porém, novamente, a intervencão divina faz com que um dos latinos comece a passar muito muito mal, fazendo com que ele mal conseguisse andar. Somando isso às despedidas bêbadas de um chileno que estava um tanto emocional, terminamos perdendo muuuiiito tempo no caminho de volta para estacão, o que significa que nosso trem das duas se foi sem nós.

Então lá estávamos, irmãos da américa do sul, no meio de Copenhaguem com a necessidade de pegar o próximo trem, que só passava às 5 da manhã. Ora, tudo bem, enrolamos mais, vamos de um lado pro outro, comemos um cachorrinho quente, passamos o tempo e finalmente pegamos o trem às 5, certo?

ERRADO! O trem das 5, foi decidido por forcas superiores, só passava de segunda à sábado, e se tratava de uma bela manhã de domingo que "aproveitavamos" neste ponto. Cansados, estrupiados, moralmente abatidos e azarados, ficamos assim à espera do trem das 6 horas... Neste ponto, o Deus da Merda que Acontece decidiu que já bastava, e que poderíamos comecar nossa jornada para casa, o que significa que os mais sortudos, como eu, pegariam o trem, pedalariam um tantinho e chegariam em casa às 8 da manhã, enquanto os mais azarados pegariam o trem, alguns ônibus e andariam 10 kms e chegariam em casa às 11 da manhã. Chegar em casa foi quase a mesma coisa que receber a bencão divina da morte, com a pequena diferenca que eu acordaria 6 horas depois para tentar gastar energia o suficiente o resto do dia para ir dormir em horário decente para ir para a escola no dia seguinte. Estado de zumbi!

Mas, como dito antes, não perdemos o bom humor, apesar de toda a merda que acontece! Durante todas estas viradas do destino, andavamos por Copenhaguem no melhor dos humores que a situacão permitia, fazendo várias piadas toscas, falando muita muita muita merda, vendo e conversando com todo o tipo de gente esquisita que uma cidade grande pode oferecer, além de todo o tipo de gente bonita e transada voltado da festa, algumas bêbadas alegres, algumas bêbadas deprimidas, e algumas simplesmente bêbadas.

Auuuffsss... Taí, foi isso aí. Amor aí pra todo mundo!

Friday, May 18, 2007

Mais uma postagem de mentira, no sentido de que se fosse uma postagem de verdade, teria um capítulo e tal e coisa. Esta, como as outras postagens de mentira, se resume em dar um overview do que veio, está vindo e virá.

Cronologicamente, o que rolou ontem das seis da noite até hoje as quatro horas da tarde foi uma pequena maratona de festa e diversões variadas com intercâmbistas, algumas consideráveis tantas dessas um tantissimo "zelas", com vômitos, pegacões, azaracões, não-bebedagem e bebedagem ao mesmo tempo, viagens de trem, etc.

Depois disso temos o amanhã, quando vou dar uma voltinha em "Copê", novamente com os intercâmbas, tornando este fim-de-semana um mega-intercambs-marathon-shop-time-all-night.

Depois disso, última semana de aulas, onde a galerinha da sala deve combinar umas saidinhas eventuais de comemoracão, mas nada muito abusivo, pois ainda nos vêm os exames. Além do que, uma eventual terceira e final visita a boa e velha efterskole, com o objetivo exclusivo de documentar a vida fantástica que se acha lá.

E uma coisa mais pessoal do blog, estou pensando em fazer uma surpresa um tanto interativa, mas não tenho certeza se vou ter paciência/tempo de fazê-la. Talvez eu a adie até depois de eu voltar da Dinas, mas quem sabe o que vai rolar?

Respondendo a pergunta da Ina de maneira mais pública que mais um comment meu na última postagem:

"The Return of the Danilo" estréia no dia 6 ou 7 de Julho, na Brasília mais perto de você.

Tuesday, May 08, 2007

Det skal gå hurtigt!

Capítulo XXXVI: O Dia Em Que Jesus Botou Fé Em Narnia (Literalmente?)

Assim como em qualquer cultura que se preze, a Dinamarca tem sua própria colecão de costumes atados ao ritual fantástico que permeia a passagem dos inocentes tempos de crianca para a tenebrosa, pérfida e perversa vida adulta. O nome desta dita colecão é aqui chamada de "Konfirmationsdag", que em bom e velho português é "Dia da Confirmacão". Confirmacão, é claro, da sua crenca em Jesus e o pai dele como os chefes, os "Godfathers", os manda-chuvas do Universo. Como tive o privilégio de presenciar esta bela ocasião, revelarei, um por um, os costumes secretos de uma tal comemoracão.

Primeiro Costume: Não há nada mais importante que o dia em que um menino se torna um homem, e uma menina se torna uma mina que "tá pra jogo", portanto, deve-se mostrar todo seu respeito pela ocasião se usando as roupas mais finas possíveis. Note-se que roupas finas, para dinamarqueses, é a mesma coisa que roupas caras, o que significa dizer que aquele seu uniforme estilo "wannabe gangstah americano", que inclui, por exemplo, aquele boné de 200 paus, está valendo. Mesmo se você for um pivetinho de 9 anos.

Segundo Costume: Todo o bom ritual que tem a ver com Jesus comeca na igreja, e este não é diferente. Obviamente se vai lá com o objetivo de cantar um monte de músicas alto-astral, se sentando e se levantando entre elas, talvez por não saber direito o quão confortável você deve se fazer na casa de Jesus quando ele está ausente (vai que ele fica bravo, aí que que 'cê faz? Vira pilar de sal na hora!).

Mas isso é o de praxe. Mais importante ainda, numa data tão especial, é ouvir as sábias palavras do padre, ou melhor dizendo, da... ahm... daquela coisa que é a versão feminina de um padre. Esta lhe dirá, se você for um confirmante, o quão importante é você saber que, quando você morre por amor real e puro para as pessoas, quando você se sacrifica por um ideal justo e benévolo para todas as pessoas, você reviverá. Justamente como o maior de todos os heróis, aquele no qual todos deveríamos nos espelhar. Sim, tal qual o santissimo leão de Narnia! E como é importante saber que você pode sempre voltar para o caminho do amor, mesmo depois de ter traído seus amigos e compatriotas, tal qual aquele pivete mais novo de Narnia! E como você pode sempre curar pessoas com líquidos vermelhos, tal qual aquela pivetinha minúscula de Narnia! Enfim, como tudo que você faz deve ser que nem Narnia!

Terceiro Costume: Em um determinado ponto, cada confirmante deve se ajoelhar para mostrar sua eterna confianca e servitude para Deus. Neste momento, aqueles na igreja convidados pelo confirmante em questão devem se levantar, uma tradicão que data deste os imemoriáveis tempos em que a galera do fundão da igreja tinha que se levantar de qualquer jeito para ver que que tava rolando.

Quarto Costume: Terminada toda a cantoria, os confirmantes devem ser dirigidos para o local onde suas festas privadas ocorreram. Como agora tratam-se de homens e "loirinha para jogo", naturalmente eles vão para casa de maneira séria e madura... Ou de carona no carro, moto, limosine ou helicóptero mais caro e feroz que a família conseguiu arranjar. Como queira.


Quinto Costume: Uma vez que convidados e confirmante tenham chegado no local da festa, é hora de comecar a encher a cara, seja de comida, bebida, ou os dois. Mas, como depois de uma hora e meia de cantoria alegre na igreja tá todo mundo também com aquela vontade de soltar uma melodia, se interrompe, de vez em quando, a comilanca para que se possa cantar algumas músicas personalizadas, nas quais a vida do(a) confirmante é devidamente sacaneada e satirizada, aproveitando-se a ocasião para rir um pouco da cara de qualquer irmão ou irmã também. Não há nada mais prazeroso que contar todas aquelas embaracosas histórias de infância em versão musical!

Sexto Costume: Como qualquer outra boa grande festa familiar, deve-se embebedar o(a) confirmante até não poder mais. Isto ocorre em duas etapas. A primeira faz parte de toda a refeicão musical mencionada acima, onde a qualquer momento, com ou sem bom motivo, se interrompe tudo para fazer um brinde. Ou dois. Quem sabe três. O que significa que ao final da refeicão, já se foram algumas garrafas de vinho fora. Claro que, de vez em quando, este plano falha e os outros convidados acabam se embebedando muito mais rápido que o(a) confirmante. É justamente por isso que se tem o plano B, chamado de "segunda-feira azul", no qual todos os confirmantes tem o dia livre da escola, e saem juntos para se divertirem um pouco na cidade, o que vai, em um ou outro ponto, levar ao evento desejado.

Sétimo Costume: Nunca se deve resumir uma confirmacão em mais que seis costumes. Erh... Certo!