Thursday, August 31, 2006

Olá bambinos! Em frente para o capítulo X, sim?

Capítulo X: O Capítulo do Mistério

Sexta-feira. Meia noite. Que poderiam duas metades de famílias diferentes fazer, ao redor de um esquisito objeto, no quintal de uma casa, em tão inóspita hora? Ora bolas, a resposta é, no mínimo, óbvia. Sim, vocês adivinharam, nós estavamos construindo um barco. E claro, não era um barco qualquer, desses de madeira ou sei lá. Não, naturalmente, para envolver duas meia-famílias a meia-noite, tinha que ser um barco de caixas de leite! Sim, mais de duzentos decímetros cúbicos de espaco antes reservado para leite, unidos por silicone e pedacos de madeira, para garantir que um Simon e uma amiga desde infância, ou simplesmente Mie*, pudessem navegar riozinho abaixo no dia seguinte.

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Mas não pensem que basta beber uma penca de leite e colar um monte de coisas juntas para fazer o barco da vitória. Requer inteligência, perseveranca, intuicão, um jantar meio improvisado**, experiência, e todas essas outras coisas necessárias para colar coisas. Mas reunimos tudo isso e construímos nosso barco. Agora, só faltava ir atrás do prêmio final: a incrível corrida do Å-Regatta!

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Sábado de manhã. Bastou chegarmos à boa e velha floresta, que ainda se recuperava da ópera da semana pasada, para notarmos que a competicão seria acirrada. Vários outros barcos, dos mais esdruxúlos*** aos mais exóticos****, estavam concorrendo com a mesma garra que nós. Mas não iriamos desistir. Sentiamos nos nossos coracões o espírito campeão de nosso irmão, que desapareceu anos atrás num infeliz acidente de navegacão, mas que talv... Ahm... De qualquer jeito, não iriamos desistir.

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E foi dada a largada!! Nosso belo barco, que eu vou chamar de Leitemóvel*****, navegou com rapidez e precisão nas mãos de Simon e Mie, acompanhado pelo seus fiéis escudeiros: a Leitosa****** e o Espírito Natalino. Apesar da largada pouco vantajosa, no terceiro grupo a sair, logo Leitemóvel estava ultrapassando os navios do primeiro grupo a sair, e não apenas aqueles que afundaram! E, após uma hora e três minutos de navegacão (ou corrida acompanhando o barco, para nós que estávamos do lado de fora do rio), terminamos o percurso de 2,5 km, o terceiro barco a chegar, impressionando a vários discrentes de nosso projeto de leite, assim como atraindo várias piadinhas e comentários a respeito da quantidade de leite que bebemos para contruir o barco.

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Como se não bastasse, o incrível Leitemóvel ganhou até mesmo um prêmio popular de "barco mais bacana", juntamente com um outro que ganhou o mesmo número de votos (e pensar que se tivessemos lembrado de votar em nós mesmos, teríamos ganhado de vez), superando até mesmo o "homen-barco"! Sim, éramos os donos do mundo naquele momento, e nem mesmo a chuva torrencial que seguiu poderia nos tirar do nosso humor.

Naturalmente, eu e Simon nos reunimos na casa de um tal Frederik (neste caso, não é meu irmão), para comemorar a vitória. Ou mais especificamente, ver o DVD da apresentacão de teatro dos Blues Brothers que eles fizeram, tomar refrigerante, e prosear.

Capítulo XI: A Festanca dos Esportes

Esse sim é um capítulo promissor, e será feito amanhã. Apesar de ainda não ter acontecido, tenho certeza de que vai envolver bastante álcool, roupas engracadas e música de qualidade duvidosa. Naturalmente, buscarei me recordar o suficiente do evento para escrever sobre ele, assim como arranjar imagens bonitinhas para todos aqueles que não gostam de livros (ahem, blogs) sem gravuras.


PS: Esse fascículo deveria conter "gravuras", mas o idiota do blogger tá demorando uma década pra aceitar as imagens então dane-se. Mas eu coloquei gravuras extras no último post.

Wednesday, August 23, 2006

Hora de mais notícias escandinavas, desta vez ao lado do pequeno Lukas que está jogando Diablo 2 (meus irmãos são todos jogatineiros de plantão, até mesmo na mais tenra idade). Como prometido, o aniversário do Simon e a "qualquer outra novidade que surgir":

Capítulo VI: Não se tem uma família só com Lykkes.

Sábado. Toda a alegria de não precisar acordar cedo, arrancada impedosamente e substituída pela alegria de ir pentelhar seu irmão, junto com o resto da família, com bandeiras dinamarquesas e cancões de aniversário, antes mesmo dele acordar! Sim, o costume dinamarquês dita que não se cante essas marivilhosas e alegres musiquinhas quando o alvo delas está de pé e pronto para dar-lhe um murro pela cantoria, o que faz todo o sentido para mim. Já bem satisfeitos de pentelhacão, descemos todos e tomamos nosso café da manhã, que incluiu doces especiais de aniversário. Logo depois, comecamos a catar uma mesa desmontável no quarto de depósito que fica ao lado de meu quarto, assim como cadeiras, enquanto Lone comecava a preparar uma quantidade bestial de comida. Certamente, comida e cadeiras para algo como 25 pessoas, uma quantidade considerável para uma casa tão pequena. Fiquei imaginando quantos amigos o Simon tinha convidado em tão curto tempo na escola, para dar tanta gente assim.

Minha dúvida não durou muito tempo, pois logo mais convidados e mais convidados comecaram a chegar. Havia algo, contudo, de curioso: a idade deles certamente não batia com a do próprio Simon, em maioria, o que logo se explicou com as devidas apresentacões que Ole e Lone fizeram. Tratavam-se de todas as outras família com um pedaco de Lykke nelas. Tios, primos, avós e avôs, toda a família mora na região, e não hesitou em fazer uma viagem tão curta para visitar o aniversariante e comer bastante.

E assim fizemos. Comemos e conversamos (quer dizer, comemos e rimos das bobagens que os pirralhinhos faziam), pulamos na cama elástica, e juntamos a guarda jovem da família para ver tv no quarto do Frederick. (Aqui vale mencionar, que a guarda jovem da família inclui duas primas que eram pra lá de gatinhas, e a perspectiva de ir numas férias de ski com elas parece muito boa!) O que nós não fizemos foi comer bolo e cantar parabéns com a família toda reunida, o que me pareceu um tanto esquisito. Pentelhar com músicas é uma atividade exclusiva de familiares imediatos, talvez?

Capítulo VII: Sharpshooter Danilo

Eis que um certo dia estou a sair da escola, e encontro meu irmão Simon no caminho, o que é bastante natural. Ele comenta que alguns amigos dele nos convidaram para "ir atirar". Com o melhor espírito intercambista, eu respondo "Ahm... okei!", mesmo não fazendo a menor idéia do que eles queriam dizer com ir atirar. Felizmente, eu não estava sozinho nessa, já que o Simon também não fazia idéia do que eles queriam dizer com ir atirar, então ambos nos conformamos com lidar com o que quer que isso fosse significar. Assim, pouco após o almoco, pegamos nossas bicicletas e fomos encontrar os amigos do Simon. Bem, encontrando-os, eles pelo menos me pareceram de boa, e eles falaram francês (não me perguntem por quê, eu não sei), então me convenci de que estava seguro, já que ninguém que fala francês pode ser realmente nocivo, certo?

Bem, acontece que os caras realmente eram (e ainda são) de boa, e o tal ir atirar é de boa também. Nada mais que o inocente passatempo de atirar em pedacos de papel e ver quão bem você consegue acertá-los. Após uma rápida aulinha de tiro, dada por um dos próprios amigos do Simon (ambos atiradores experientes), coloquei a mão na massa e fui atirar. Para quem nunca atirou uma arma de verdade, ou nunca viu uma sendo usada antes, devo dizer: não é tão assustador quanto pode parecer. Claro, eu estava atirando um rifle com um calibre extremamente baixo, então não fazia quase nenhum barulho e o coice da arma era quase irrelevante, então talvez seja pior com uma "três oitão", mas o tanto que vi, pelo menos, não era muito assustador.

Agora, atirar em si, isso é algo até bastante divertido. É algo incrívelmente tenso, e requer bastante muita concentracão. O menor erro pode estragar seu tiro por completo, então você tem que ter paciência para conseguir um tiro perfeito. Me sinto no direito de falar isso porque eu descobri que sou, na verdade, até bom nisso. Consegui 135 pontos de 150, o que é bastante bom para a primeira vez e rendeu elogios de todos no clube de tiro. O Simon, que também atirava pela primeira vez, conseguiu 128, por exemplo. Como o próprio Simon comentou "Bom, se estourar uma guerra civil, você tá garantido" (texto traduzido, obviamente).

Capítulo VIII: O Gigante dos Mares






Contemplem! O gigantesco Maersk Line, o maior navio cargueiro do mundo! O espírito conquistador dos vikings ainda continua vivo nos dinamarqueses, e apesar de o fazerem numa maneira pacífica, suas empresas dominam os oceanos com suas colossais maquinárias.

Sair para ver o recém-construído maior navio do mundo passar por uma estreita boca de uma pequena baía, carregado por barcos seguramente 10 vezes menores que ele, por ele ser grande demais para se manobrar sozinho para fora, é realmente algo que não se faz todo dia. E é também algo que garante muita diversão e forca você a fazer uma caminhada de 3 km além dos 30 km de carro (7 dos quais engarrafados de gente querendo ver o tal navio).

Conversar com a família e comer petiscos enquanto contemplando um navio grandão numa praia fedida. Estou vivendo a vida de um rei, amigos!

Interlúdio entre Capítulos: Família além dos Lykke parte 2

Outro dia desses a irmã da Lone completou seus quarenta anos, e claro, fomos todos até a casa dela comer uma cacetada também. Apesar de não ter primas gatinhas dessa vez (são do outro lado da família), foi bastante divertido, com pirralhos a beca também. Além disso, foi minha primeira oportunidade de ver os membros da família entorpecidos, apesar de que bem pouco dessa vez. Ainda estou pra ver de onde os dinamarqueses ganham a fama de beberrões.

Capítulo IX: Ópera na Floresta

Eu estou ainda determinado a arranjar fotos do "Den Fynske Landsby" para mostrar para todos, tanto que considerei tirar um pedaco do meu mui ocupado fim-de-semana para ir lá tirar as ditas fotos. Eu teria feito isso se algo mais interessante não tivesse aparecido no caminho.

O Ole já tinha me contado que haveria uma ópera no enorme gramado que fica na floresta, entre nossa casa e o "museu", mas eu não esperava trombar com a abertura da ópera na pontezinha, e certamente foi isso que fiz. A abertura da ópera era uma dessas "bandas marciais"*, completa com uniformes divertidos e uma mocoila indo guiando o pessoal jogando uma varetinha pra cima, e claro, vendo aquele pessoal todo passar em direcão ao palco grandinho que já estava armado, eu tasquei um foda-se pro Fynske Landsby e fui atrás da música.

Naturalmente, tinha minha câmera comigo e tirei várias fotos, mas infelizmente parece que o blogger não aceita mais fotos então não vou poder colocar nenhuma dessa vez (isso é uma desculpa esfarrapada, na verdade eu não quero pegar minha câmera lá embaixo e colocar as fotos no pc). OU SERÁ MESMO???!!!

A apresentacão da banda foi bem bacana, mas nada de espetacular. O mesmo pode ser dito da ópera em si, apesar de que os cantores** definitivamente não eram medíocres e conseguiam alcancar aquelas notas fantásticas e fazer aquelas variacões supimpas de que tanto ouvimos falar. Foi bem divertido de se ver, contudo, e também interessante ver a quantidade inesperada de gente que foi lá. Como já haviamos combinado, o Ole apareceu por lá também, mas ele só estava interessado em dar uma olhada, já que ele não é nenhum fã de ópera. Conversamos um tanto por ali, e voltamos para casa assim que a gritaria das cantoras comecou a nos incomodar.

*

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Capítulo X: O Capítulo do Mistério!

Esse fica pra outra, mesmo porque nem mesmo eu sei o que poderia ser este capítulo X. Seria o capítulo X o capítulo XXX?? Será que o Batman conseguirá escapar da terrível armadilha Pinguin?? O macaco do Speed Racer vai aprender a parar de se enfiar no porta-malas dos outros??

Para ter todas respostas e novas emocões, sintonize novamente, na mesma bat-hora, no mesmo bat-canal!!

Monday, August 14, 2006

Mais uma adicão às anotacões eletrônicas escandinávas! Provavelmente também será relativamente longo, então preparem seus óculos de leitura, sim? Vamos lá:

Capítulo III: Os Lykke

Muito nervosismo no trem. Todos ansiosos para encontrarem suas respectivas famílias, tentando relaxar um pouco com conversa fiada, o que era meio difícil considerando que não tinhamos lugares marcados no trem, e portanto passamos uma boa parte da viagem importunando os infelizes dos outros passageiros do trem movendo nossa extensa bagagem de um lado para o outro, sentando e levantando, e assim em diante, sem saber direito o que fazer e tentando falar línguas que não sabiamos.

Ainda mais preucupante era o fato de que os trens, para garantir que chegariam no horário exato (o que eles faziam com louvor), paravam por pouquíssimo tempo em cada estacão, então sair do trem era um verdadeiro sufoco para nós que tinhamos muita bagagem, e ainda mais para nós que tinhamos uma pequena, frágil e desesperada intercambista com uma mala quase de seu próprio tamanho, que certamente precisava de ajuda para descer do dito trem. Mas de algum jeito, descemos do trem, e depois de um curto momento de indecisão e preocupacão, aparecem nossas famílias e uma velhinha voluntária do AFS para nos receber!

E eis que me surgem os Lykke! Eu já havia visto fotos mas, puxa vida! Eles tem um jeito realmente muito muito simpático! Com excecão do pequeno Lukas, que estava jogando futebol no seu clubinho, todos vieram me receber na estacão, bastante sorridentes e prestativos (o que foi muito bom, depois de carregar as malditas malas de um lado para o outro). Depois de um rápido aperto de mão inicial, fomos indo até o carro, conversando (em inglês, infelizmente), sobre coisas que eu realmente não me lembro o que eram, mas que mesmo assim renderam boa conversa.

Logo logo chegamos, com nosso bem velhinho Volkswagen (eu acho, agora não tenho mais certeza) destoando os novissimos Audis, BMWs e Mercedes que normalmente vemos nas ruas, em nossa casinha. E se eu disse que o carro era velhinho, a casa é uma anciã: tem quase 100 anos de idade. Mas eu nunca saberia disso, não fosse a conversacão relaxante do pai Ole, já que a tal casa está bem inteira, e boa parte dela já foi reformada mais de uma vez.

Melhor aconchegados na casa, levamos nossa conversa para uma mesa com amendoins e chips, onde falamos por um bom tempo sobre Brasil e Dinamarca, Dinamarca e Brasil, e coisas assim, assim que a mãe Lone voltou com mais novo Lukas. Depois de conhecer meu simpático quarto no porão, cujo teto está a meros dois centímetros acima de minha cabeca, e lá assentar minhas malas e coisas, peguei os presentes que carreguei insistentemente na mala e finalmente os entreguei para os Lykke. Boas respostas! Eles passaram a melhor parte de uma noite olhando as várias fotos dos diferentes lugares no Brasil, assim como provando nossas balas de Hortelã, ouvindo nossa MPB e assim em diante.

E assim fomos passando a noite até a hora em que, eu pessoalmente já exausto, nos retiramos para nossos quartos e assim fomos dormir.

Capítulo IV: E Finalmente, o Príncipio das Loiras

No dia seguinte, comecei então as loucas experimentacões que me esperam na Dinamarca. A primeira foi visitar o incrível "Den Fynske Landsby", uma espécie de museu ao ar livre, moldado de acordo e a respeito das cidades da Dinamarca do século, acredito eu, XVIII. Espetacularmente bem cuidado, o lugar está cheio de jardins e hortas com plantas de um belíssimo verde radiante, frutas, tubérculos e outros leguminosos de cores vivas e diversas, e várias casas de várias classes sociais, cada um com seus bonecos de madeira vestidos para as ocasiões em que fingiam estar. Realmente incrível! Ainda vou tirar muitas fotos do lugar e postar aqui, porque realmente vale a pena ver. Claro que não agora porque eu não tenho nenhuma foto ainda, e o tempo está horrível então não vou lá agora. Voltando ao assunto.

Depois de um rápido passeio pelo lugar, finalmente o motivo pelo qual estavamos lá se fez claro: entramos no grande teatro aberto do museu, onde se encenaria "Svinedrenge" ("Menino dos porcos" ou algo assim), obviamente de H.C. Andersen, dentro de alguns (vários) minutos. E alas! Finalmente, loiras! Eis que meu caro irmão Simon, o mais velho, encontra algumas de suas bastante formosas loi... quero dizer, amigas! Os avisos que me deram durante o acampamento eram verdadeiros: as Loiras Selvagens são de fato, tímidas. Tive que cumprimentá-las para garantir que elas conversassem comigo, e logo notei que elas, apesar de saberem inglês, tinham certo receio de usá-lo comigo. Assim, meu dinamarquês ainda incipiente se tornou uma barreira, então não pude me aproximar muito mais, mas posso ser paciente e dar tempo ao tempo.

Bem, enfim, a tal peca finalmente teve seu princípio e uou!! Ainda não consigo acreditar que aquilo era trabalho amador, que aquelas criancas e adoslescentes entre os 4 e os 18 anos conseguiam atuar, dancar e cantar tão bem, que eles prepararam aquele palco extraodinário para essa apresentacão amadora, que eles tinham um sistema de som tão profissional e funcional disponível... enfim! A apresentacão foi incrível, apesar de eu não conseguir entender porqueiras nenhumas. Realmente demais, realmente devia ter levado minha camera... Talvez eu vá assistir de novo só pra tirar algumas fotos. De primeira mesmo.

Bem, depois disso, só provando algumas coisas na família, como a cama elástica que eles tem no quintal, as exóticas comidas semi-dinamarquesas que eles preparam, e assim em diante. Nada de espetacular até... o primeiro dia das aulas! Tchanaaams!

Capítulo V: O Primeiro Dia de Aulas

Apesar de eu ter até mesmo incluído um efeito sonoro estupendo para introduzir esse capítulo, devo dizer que vou ser rápido nele. Talvez não fique lá muito incrível, mas em frente!

A primeira coisa que eu devo comentar na minha escola é... que superprotecão! A escola não só reconhece a existência de estudantes de intercâmbio dentro dela (isso já é mais do que eu esperava), ela toma todos os possíveis cuidados para garantir que os mesmos não se percam, arranjem amigos e assim em diante. Pensem vocês que a escola selecionou dois de meus colegas de sala para serem "tutores", ou seja, para me ajudarem a achar minha sala, conversar comigo e etc, além de marcar um encontro de todos os intercambistas toda segunda no horário do almoco para garantir que não temos nenhum problema, e ainda me oferecer uma licensa para ir fazer um curso de dinamarquês a partir de setembro! Eu não esperava nem que eles soubessem que eles tinham estudantes estrangeiros... estou muito acostumado com o Brasil, parece-me.

De qualquer modo, no primeiro dia de aulas pude conhecer os meus "tutores", dois dos únicos 5 garotos na minha sala de 25 pessoas (opa! 5 caras numa sala de 25? soa bem, não?), que realmente são gente boa e já estão me acolhendo rapidamente no grupo. Além disso, já comecei a "acidentalmente" me sentar perto das várias mocoilas de minha sala e conversar com elas, por mais que elas realmente não sejam tão abertas quanto os caras. E assim passei a manhã, conhecendo melhor o lugar e as pessoas, bastante bem acolhido.

A tarde do mesmo dia também vale mencão, pois fui eu andar de caiaque com meu caro irmão mais velho! Carambolas, imaginem vocês um Danilo tentando andar de caiaque, mas constantemente falhando em manter o negócio indo para frente e batendo assim contra as margens do riozinho da floresta. Deve ser uma visão e tanto, eu imagino. Bom, pelo menos foi uma experiência e tanto, especialmente pela minha incapacidade nela. Mas mais para o final, já estava pegando um pouco do jeito da coisa. Mesmo assim acabei virando meu caiaque na hora de sair dele, afinal, não havia final melhor para minha pequena aventura.



Ufff... Pronto! Para a próxima postagem, um pequeno conto acerca do aniversário de Simon e qualquer outra novidade que surgir até lá.

Thursday, August 10, 2006

Finalmente, notícias que vem de fato da Terra das Loiras Selvagens (com T, L e S maiúsculos, é claro, para todos darem a devida importância ao nome)! Estou sentado ao lado do meu irmão Simon, que está jogando Black & White 2, com um belo sol das 20 horas aquecendo a pacífica cidade de Odense. Devo dizer que está tudo indos nos conformes. Mas vamos nos ater a tais detalhes mais tarde. Vamos primeiro ver como as coisas chegaram aqui.

Capítulo I: No qual chegamos a fabulosa Terra das Loiras.

Depois de uma despedida rápida, porém emocionante, dos meus pais e amigos no aeroporto, fui eu pegar meu pegar meu avião para o Rio de Janeiro. Depois de um pequeno erro de direcionamento da minha parte, achei meu portão e logo logo estava viajando por cima do Brasil, sozinho e basicamente entediado. A viagem passou vagarosamente, e o máximo que me entreteu foi um bebê chorando no assento atrás do meu (o termo "entreter" é usado com certa ironia).

Bem, de qualquer modo, em algum momento a viagem acabou e lá estava eu no Rio de Janeiro. Naturalmente, não havia sinal do pessoal do AFS por perto. Aliás, não havia sinal do pessoal do AFS em lugar nenhum. Mas eles estavam lá, e eu sabia. Felizmente, meus sentidos incrivelmente agucados me permitiram localizar uma colega minha que iria para a Dinamarca comigo, e assim descobri que aquele casal um tanto inocente conversando em pé no meio do pátio era o assim chamado "pessoal do AFS".

Bem bem, ainda faltavam bem duas horas para o embarque e, já com o tiquete de viagem em mãos, arranjei um simpática intercambista do AFS para ir almocar comigo, e acabamos nos juntando a outra de nossas companheiras e assim passamos o tempo. Em pouco tempo, pegamos o avião, junto com o pessoal que iria para a Noruega. A viagem até Paris foi supremo de boua, só proseando, dormindo, jogando black jack com uma mocoila e um rapaz que iriam para Noruega e etc.

Logo mais, chegamos no tal do aeroporto de Paris. Lá, finalmente, eu consegui perceber a presenca do nosso voluntário-guia: o cara realmente não tinha muita iniciativa e estava tão perdido quanto o resto de nós. Passadas as checagens de visto e afins, decidi que era hora de decidir se iriamos ou não sair para Paris e fazer alguma coisa. Puxa vida, bastou eu sugerir isso pro cara, e comecamos uma discussão interminavel: por um lado, nosso grupo era muito grande e poderiamos nos perder, mas por outro, todos tinham camisas iguais e seria fácil nos localizarmos. Por um lado, ninguém se decidia o que poderiamos ir ver e como ir ver, mas por outro, eu já tinha tudo planejado e muito bem anotado na mochila (e eu achando que alguma outra pessoa teria tido essa mesma idéia de planejar com antecedência... até parece).

Mas finalmente, pesou mais o fato de que aparentemente, o pessoal da Noruega não tinha nenhum visto para a europa, e o visto deles era todo lascado e sei lá mais o que. Então, pois bem, não iriamos para Paris. Foi aí que o tédio bateu, e bateu com forca. Não sei se alguém já experimentou passar doze horas apenas dormindo, andando, aguentando piadas toscas de playbas brasileiros, sendo xingado por franceses estressados e etc, mas no final, você basicamente sente que realmente não fez nada o dia inteiro.

Bem, as porcarias das doze horas se foram de algum modo, e depois de calorosas despedidas entre os que iam para Køobenhavn e os que iam para Oslo, saímos do desgracado aeroporto.

Avião para København em três palavras: dormir, cagar, dormir.

Capítulo II: Loiras Selvagens só aparecem mais tarde. Por enquanto, só Terra.

København! Aeroporto extremamente simpático, pessoas que de fato se desculpavam quando trombavam em você, o que era muito raro por que nenhum lugar era muito entupido de gente, e um comitê do AFS bem organizado e pronto para nos receber em português! Todos bastante animados com essa agradável mudanca, pegamos um ônibus para onde seria nossa casa nos próximos três dias: uma escola pública fechada por causa das férias. Fomos os últimos a chegar, e assim, só comemos uns fricasses ou seja lá como se chamam esses bolinhos de carne, e fomos dormir, um pouco descontentes por estarmos tão absurdamente sujos e não podermos tomar banho.

De manhã, uma surpresa que definitivamente rendeu reclamacões durante toda a estadia: os banhos eram coletivos (meninos e meninas separados, obvia e infelizmente), e a maioria do pessoal, de todos os países, não estava acostumado com isso. Pessoalmente, estava pouco me fudendo, só queria tomar um bom banho e ficar limpo. Claro, o banho nos dias seguintes seguiu a mesma regra, e rendeu mais reclamacões.

Os dias no acampamento do AFS seguiram basicamente a mesma regra: tomar banho, tomar café da manhã, se reunir com seu grupo (normalmente as pessoas do seu país) e conversar sobre a Dinamarca, almocar, ir fazer algum workshop (que iam de aprender dinamarquês básico até lavar as loucas do almoco), ir jogar algum esporte do estilo "pré-escola", jantar, ver o entreterimento da noite (preparado pelos próprios intercambistas), se juntar de novo com o grupo e dormir. Uma rotina agitada e bacana, que dava tempo o suficiente para falar merda, conhecer um pouco o pessoal dos outros países e assim em diante.

A apresentacão do Brasil no entreterimento da noite foi, naturalmente, samba e capoeira. Claro, eu fiquei apenas como apresentador, pois sou um péssimo brasileiro.

E rapidamente, chegou o dia de irmos para nossas famílias. Muito nervosismo, mais despedidas calorosas, e coisas assim. Eu devia pegar o trem para minha cidade, e fui eu e mais alguns intercambistas da minha mesma região da dinamarca para estacão, até eu notar que eu esqueci minha mochila, correr de volta até a escola, correr de volta até a estacão, e finalmente pegar o trem.

O Capítulo III: Os Lykke vai ficar pra próxima. Já passei tempo demais demais aqui, e preciso me preparar para amanhã, o meu primeiro dia na escola.

Ufa, isso foi longo. Por favor tentem ler tudo e comentem!