Hora de mais notícias escandinavas, desta vez ao lado do pequeno Lukas que está jogando Diablo 2 (meus irmãos são todos jogatineiros de plantão, até mesmo na mais tenra idade). Como prometido, o aniversário do Simon e a "qualquer outra novidade que surgir":
Capítulo VI: Não se tem uma família só com Lykkes.Sábado. Toda a alegria de não precisar acordar cedo, arrancada impedosamente e substituída pela alegria de ir pentelhar seu irmão, junto com o resto da família, com bandeiras dinamarquesas e cancões de aniversário, antes mesmo dele acordar! Sim, o costume dinamarquês dita que não se cante essas marivilhosas e alegres musiquinhas quando o alvo delas está de pé e pronto para dar-lhe um murro pela cantoria, o que faz todo o sentido para mim. Já bem satisfeitos de pentelhacão, descemos todos e tomamos nosso café da manhã, que incluiu doces especiais de aniversário. Logo depois, comecamos a catar uma mesa desmontável no quarto de depósito que fica ao lado de meu quarto, assim como cadeiras, enquanto Lone comecava a preparar uma quantidade bestial de comida. Certamente, comida e cadeiras para algo como 25 pessoas, uma quantidade considerável para uma casa tão pequena. Fiquei imaginando quantos amigos o Simon tinha convidado em tão curto tempo na escola, para dar tanta gente assim.
Minha dúvida não durou muito tempo, pois logo mais convidados e mais convidados comecaram a chegar. Havia algo, contudo, de curioso: a idade deles certamente não batia com a do próprio Simon, em maioria, o que logo se explicou com as devidas apresentacões que Ole e Lone fizeram. Tratavam-se de todas as outras família com um pedaco de Lykke nelas. Tios, primos, avós e avôs, toda a família mora na região, e não hesitou em fazer uma viagem tão curta para visitar o aniversariante e comer bastante.
E assim fizemos. Comemos e conversamos (quer dizer, comemos e rimos das bobagens que os pirralhinhos faziam), pulamos na cama elástica, e juntamos a guarda jovem da família para ver tv no quarto do Frederick. (Aqui vale mencionar, que a guarda jovem da família inclui duas primas que eram pra lá de gatinhas, e a perspectiva de ir numas férias de ski com elas parece muito boa!) O que nós não fizemos foi comer bolo e cantar parabéns com a família toda reunida, o que me pareceu um tanto esquisito. Pentelhar com músicas é uma atividade exclusiva de familiares imediatos, talvez?
Capítulo VII: Sharpshooter DaniloEis que um certo dia estou a sair da escola, e encontro meu irmão Simon no caminho, o que é bastante natural. Ele comenta que alguns amigos dele nos convidaram para "ir atirar". Com o melhor espírito intercambista, eu respondo "Ahm... okei!", mesmo não fazendo a menor idéia do que eles queriam dizer com ir atirar. Felizmente, eu não estava sozinho nessa, já que o Simon também não fazia idéia do que eles queriam dizer com ir atirar, então ambos nos conformamos com lidar com o que quer que isso fosse significar. Assim, pouco após o almoco, pegamos nossas bicicletas e fomos encontrar os amigos do Simon. Bem, encontrando-os, eles pelo menos me pareceram de boa, e eles falaram francês (não me perguntem por quê, eu não sei), então me convenci de que estava seguro, já que ninguém que fala francês pode ser realmente nocivo, certo?
Bem, acontece que os caras realmente eram (e ainda são) de boa, e o tal ir atirar é de boa também. Nada mais que o inocente passatempo de atirar em pedacos de papel e ver quão bem você consegue acertá-los. Após uma rápida aulinha de tiro, dada por um dos próprios amigos do Simon (ambos atiradores experientes), coloquei a mão na massa e fui atirar. Para quem nunca atirou uma arma de verdade, ou nunca viu uma sendo usada antes, devo dizer: não é tão assustador quanto pode parecer. Claro, eu estava atirando um rifle com um calibre extremamente baixo, então não fazia quase nenhum barulho e o coice da arma era quase irrelevante, então talvez seja pior com uma "três oitão", mas o tanto que vi, pelo menos, não era muito assustador.
Agora, atirar em si, isso é algo até bastante divertido. É algo incrívelmente tenso, e requer bastante muita concentracão. O menor erro pode estragar seu tiro por completo, então você tem que ter paciência para conseguir um tiro perfeito. Me sinto no direito de falar isso porque eu descobri que sou, na verdade, até bom nisso. Consegui 135 pontos de 150, o que é bastante bom para a primeira vez e rendeu elogios de todos no clube de tiro. O Simon, que também atirava pela primeira vez, conseguiu 128, por exemplo. Como o próprio Simon comentou "Bom, se estourar uma guerra civil, você tá garantido" (texto traduzido, obviamente).
Capítulo VIII: O Gigante dos Mares
Contemplem! O gigantesco Maersk Line, o maior navio cargueiro do mundo! O espírito conquistador dos vikings ainda continua vivo nos dinamarqueses, e apesar de o fazerem numa maneira pacífica, suas empresas dominam os oceanos com suas colossais maquinárias.
Sair para ver o recém-construído maior navio do mundo passar por uma estreita boca de uma pequena baía, carregado por barcos seguramente 10 vezes menores que ele, por ele ser grande demais para se manobrar sozinho para fora, é realmente algo que não se faz todo dia. E é também algo que garante muita diversão e forca você a fazer uma caminhada de 3 km além dos 30 km de carro (7 dos quais engarrafados de gente querendo ver o tal navio).
Conversar com a família e comer petiscos enquanto contemplando um navio grandão numa praia fedida. Estou vivendo a vida de um rei, amigos!
Interlúdio entre Capítulos: Família além dos Lykke parte 2
Outro dia desses a irmã da Lone completou seus quarenta anos, e claro, fomos todos até a casa dela comer uma cacetada também. Apesar de não ter primas gatinhas dessa vez (são do outro lado da família), foi bastante divertido, com pirralhos a beca também. Além disso, foi minha primeira oportunidade de ver os membros da família entorpecidos, apesar de que bem pouco dessa vez. Ainda estou pra ver de onde os dinamarqueses ganham a fama de beberrões.
Capítulo IX: Ópera na Floresta
Eu estou ainda determinado a arranjar fotos do "Den Fynske Landsby" para mostrar para todos, tanto que considerei tirar um pedaco do meu mui ocupado fim-de-semana para ir lá tirar as ditas fotos. Eu teria feito isso se algo mais interessante não tivesse aparecido no caminho.
O Ole já tinha me contado que haveria uma ópera no enorme gramado que fica na floresta, entre nossa casa e o "museu", mas eu não esperava trombar com a abertura da ópera na pontezinha, e certamente foi isso que fiz. A abertura da ópera era uma dessas "bandas marciais"*, completa com uniformes divertidos e uma mocoila indo guiando o pessoal jogando uma varetinha pra cima, e claro, vendo aquele pessoal todo passar em direcão ao palco grandinho que já estava armado, eu tasquei um foda-se pro Fynske Landsby e fui atrás da música.
Naturalmente, tinha minha câmera comigo e tirei várias fotos, mas infelizmente parece que o blogger não aceita mais fotos então não vou poder colocar nenhuma dessa vez (isso é uma desculpa esfarrapada, na verdade eu não quero pegar minha câmera lá embaixo e colocar as fotos no pc). OU SERÁ MESMO???!!!
A apresentacão da banda foi bem bacana, mas nada de espetacular. O mesmo pode ser dito da ópera em si, apesar de que os cantores** definitivamente não eram medíocres e conseguiam alcancar aquelas notas fantásticas e fazer aquelas variacões supimpas de que tanto ouvimos falar. Foi bem divertido de se ver, contudo, e também interessante ver a quantidade inesperada de gente que foi lá. Como já haviamos combinado, o Ole apareceu por lá também, mas ele só estava interessado em dar uma olhada, já que ele não é nenhum fã de ópera. Conversamos um tanto por ali, e voltamos para casa assim que a gritaria das cantoras comecou a nos incomodar.
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Capítulo X: O Capítulo do Mistério!
Esse fica pra outra, mesmo porque nem mesmo eu sei o que poderia ser este capítulo X. Seria o capítulo X o capítulo XXX?? Será que o Batman conseguirá escapar da terrível armadilha Pinguin?? O macaco do Speed Racer vai aprender a parar de se enfiar no porta-malas dos outros??
Para ter todas respostas e novas emocões, sintonize novamente, na mesma bat-hora, no mesmo bat-canal!!